Professores indígenas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) participaram, na última quarta-feira, 17, do Fórum de Educação Escolar Indígena do Amazonas (Foreeia), que aconteceu no Parque Municipal do Mindu, zona Centro-Sul.
Fotos: Rodemarques Abreu
O objetivo do encontro, que reuniu indígenas de diversas etnias e instituições de Manaus e interior do Estado, foi debater ideias e colocar em pauta pontos que precisam ser melhorados na educação indígena do Estado do Amazonas e que serão apresentados durante a 1ª Marcha Pela Educação Escolar Indígena, que acontecerá nesta quinta-feira, 18.
Qualidade da educação, estrutura, contratação de professores, construção de escolas, transporte escolar indígena, entre outros temas, foram colocados em discussão durante o fórum. Atualmente, a Semed conta com 18 professores indígenas que atuam nas quatro escolas indígenas e 10 espaços culturais voltados para os alunos de diversas etnias.
Segundo a subsecretária de Gestão Educacional da Semed, Euzeni Trajano, o momento de debate é importante para trabalhar a evolução da educação indígena nas escolas, principalmente, as da rede municipal de Manaus.
“Essa discussão busca encontrar caminhos viáveis para trabalhar a educação escolar indígena dentro da sua especificidade. Precisamos avançar muito nesse processo. Os espaços culturais que nós temos ainda não são institucionalizados, mas estamos elaborando um projeto para que a gente possa dar à educação indígena aquilo que é necessário dentro do contexto educacional”, salientou Euzeni ao destacar que apesar de possuir uma educação diferenciada, é preciso garantir às crianças indígenas de Manaus uma educação formal de qualidade.
De acordo com o chefe da Gerência de Educação Indígena da Semed, Rossini Maduro, o fórum e a marcha retomam uma luta antiga das etnias em prol da educação. “Faz mais de 20 anos que não acontecia um evento como esse para discutir a educação indígena no Amazonas. A Semed é parceira do fórum, que busca discutir políticas públicas em outras áreas, além da educação, para a população indígena”, disse.
Segundo Maduro, nos dez espaços culturais e nas quatro escolas que a Semed possui, são atendidas cerca de 700 alunos indígenas de forma diferenciada e com aulas que buscam o resgate de sua língua nativa. “Esses alunos serão os principais beneficiados com as melhorias que podem ser obtidas a partir desde encontro”, relatou.
O professor da Escola Municipal Kanata T-Ykua, localizada na comunidade ribeirinha Três Unidos, Raimundo Kambeba, ressaltou o empenho e a atenção que a Semed tem com os alunos indígenas e informou que o apoio é voltado para as outras regiões que necessitam de um maior investimento.
“Temos um avanço nessa área dentro da Semed. Temos uma escola que tem um prédio bom, com internet, telecentro, professores indígenas da própria etnia com planejamento diferenciado voltado para questão intercultural e bilíngue, mas mesmo assim vemos que em outros municípios ainda está faltando muita coisa. Então, temos que lutar por uma melhoria”, destacou o professor.
A 1ª Marcha Pela Educação Escolar Indígena está marcada para sair às 7h do Centro Cultural dos Povos da Amazônia, passando pela Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), pela Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria Municipal de Educação (Semed), de onde sai para a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e no final do dia passando pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e retornando para o ponto de partida.