Prefeitura alerta para baixa cobertura da vacinação contra febre amarela em Manaus

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Fotos - Divulgação / Semsa

Uma das principais doenças endêmicas da região amazônica, a febre amarela pode ser prevenida por meio de vacina disponível na rede pública de saúde de forma gratuita. O alerta é da Prefeitura de Manaus, que oferta o imunizante em mais de 170 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), para administração aos nove meses de idade, com dose de reforço aos quatro anos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Manaus apresenta baixa cobertura vacinal para a febre amarela, atualmente com um índice de 66,04% entre menores de um ano, distante da meta de 95% definida pelo Ministério da Saúde.

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, aponta que esse cenário contribui para o risco de ocorrência de novos casos, e orienta pais e responsáveis para que levem seus bebês a partir de nove meses para receber a vacina em qualquer uma das unidades básicas de saúde da cidade.

“A cobertura vacinal baixa significa que temos muitas crianças desprotegidas, mesmo sendo a vacina contra febre amarela uma das principais dentro do calendário infantil. A doença pode evoluir para casos graves, com risco de morte, mas é possível evitar isso bastando apenas que os pais levem suas crianças ao posto de saúde, junto com o documento de identificação oficial e a caderneta da criança, para tomar a vacina gratuitamente”, afirma Shádia.

A gerente de Imunização da Semsa, Isabel Cristina Hernandes, destaca que a idade indicada para aplicação da dose inicial da febre amarela é aos nove meses e que a dose de reforço deve ser feita aos quatro anos. No entanto, ressalta, que caso a criança não tenha sido vacinada neste período, poderá receber as duas doses até os cinco anos de idade, sendo que o intervalo mínimo entre as duas aplicações seja de 30 dias. Dos cinco anos até o fim da vida adulta, a dose única é suficiente para assegurar a proteção contra a doença.

Em Manaus, a vacina está recomendada para toda a população e deve ser aplicada uma única vez. “Se a pessoa já comprovou uma dose no cartão de vacina, não tem recomendação de tomar mais. A vacina tem uma eficácia de quase 100%. As únicas pessoas com contraindicação para receber a vacina são aquelas acima de 59 anos, que só podem tomar após avaliação médica, e as imunossuprimidas, pois a vacina é produzida a partir de vírus atenuado”, relata a gerente.

Isabel acrescenta ainda que, após a aplicação, o período para a produção de anticorpos no organismo, ou soroconversão, é de 10 a 15 dias, razão pela qual se recomenda a imunização contra a febre amarela com pelo menos 10 dias de antecedência de qualquer viagem para uma área de risco da doença.

Fotos – Divulgação / Semsa

Comunicados

A vacinação contra a febre amarela ganha importância na medida em que casos confirmados da doença foram relatados em cidades no Amazonas e em localidades vizinhas do Estado nas últimas semanas, por meio de comunicados de risco de órgãos de vigilância em saúde.

No dia 21/3, a Gerência do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Manaus (Cievs Manaus) informou o caso confirmado de um indígena na faixa etária de 10 a 14 anos, residente na aldeia Jubará, no município de Maraã, distante 634 quilômetros de Manaus.

Já no dia 5/5, o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia relatou a confirmação de febre amarela de um adolescente de 16 anos, indígena da etnia Kokama, que foi a óbito em abril em Leticia, cidade colombiana na fronteira com o Brasil, vizinha de Tabatinga – situada a 1.108 quilômetros de Manaus – e próxima de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Santo Antônio do Içá.

Para a gerente do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs Manaus), Graziela Andrade das Neves, os casos são alertas para a capital em razão da cobertura reduzida da população.

“Há motivos de preocupação, pois Manaus possui alto número de pessoas suscetíveis, em decorrência da baixa cobertura vacinal, bem como por sua importância epidemiológica decorrente da gravidade clínica, da elevada letalidade e do potencial de disseminação e impacto, sobretudo quando relacionada à transmissão urbana”, disse a gerente.

A elevada letalidade da doença é outro fator importante a ser considerado, conforme Graziela. “Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela em sua forma grave podem morrer”, aponta ela, que orienta buscar atenção médica imediatamente com o surgimento dos primeiros sintomas da doença.

Doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que evolui rapidamente com gravidade variável, tendo como sintomas febre, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos) calafrios, cefalalgia, lombalgia, mialgias generalizadas, prostração, náuseas e vômitos.

A doença é causada pelo vírus amarílico, transmitido pela picada de mosquitos transmissores infectados, não havendo transmissão de pessoa para pessoa. A transmissão pode ocorrer na forma silvestre, por meio de mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, encontrados em áreas de mata; ou na forma urbana, tendo como vetor o Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue.

Conforme Graziela, o último registro de transmissão da doença na forma urbana é de 1942, mas a febre amarela silvestre é uma doença endêmica na região amazônica, onde ocorre em um padrão sazonal. “A maior parte dos casos incide no período entre dezembro e maio, com surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão”, explica a gerente.

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