É possível cicatrizar úlceras diabéticas e evitar a amputação de pacientes a partir da utilização de um gel produzido à base de gengibre amargo (Zingiber zerumbet). A descoberta feita por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em parceria com a empresa Biozer da Amazônia foi tema de uma Cessão de Tempo requerida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto (PSD), nesta quarta-feira (23).
A descoberta do gengibre amargo seu deu por acaso. Carlos Cleomir e sua equipe de pesquisadores, estavam trabalhando em outro projeto no Ramal do Pau-Rosa, na BR-174, quando encontraram a raiz, achando que se tratava do gengibre normal, conhecida na região como mangarataia. “A cor, textura, sabor e composição são bem diferentes”, disse, ressaltando que após vários estudos comprovaram que a planta tinha propriedades anti-inflamatórias, analgéticas, antibacteriana e anticâncer.
O professor Maurício Lade, responsável pela pesquisa experimental na Unidade Básica de Saúde (UBS) José Amazonas Palhano, no bairro São José, Zona Leste, deu ênfase a pesquisa com pacientes com diabetes. No entanto, disse que também está sendo feito testes com pacientes acometidos por outras enfermidades a exemplo de lesão de câncer, constatando sua eficácia. “Temos informações que é também anticancerígeno”, disse.
O deputado Josué Neto enalteceu a dedicação e o trabalho realizado pelo pesquisador Carlos Cleomir e sua equipe, na descoberta do medicamento que está curando uma das mais graves enfermidades causadas pelo diabete, que é a úlcera no pé. Para ter ideia da importância da descoberta, o parlamentar amazonense disse que dados do Ministério da Saúde atestam que 70% das cirurgias de mutação ou amputação realizadas nos hospitais do País são provocadas pela diabetes que atinge 9 milhões de brasileiros, ou 6,2% da população adulta.
Josué Neto mencionou ainda que a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que 12 milhões de brasileiros tenham a doença, colocando o País em 14º lugar, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Índia, sendo mais perigosa do que o câncer. Segundo o presidente da Aleam, o Poder Legislativo valoriza as pessoas que cuidam da sociedade como um todo, haja vista que 110 mil amazonenses têm a doença, logo a cicatrização das úlceras diabéticas é um avanço para evitar a perda de membros.