A tecnologia será utilizada a favor dos portadores de hanseníase no Amazonas. Isto porque, com recursos do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a doutoranda em Doenças Tropicais e Infecciosas, coordenadora do Programa de Residência em Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Jacqueline de Almeida Sachett, está utilizando a tecnologia 3D para produzir um modelo de palmilha personalizada em silicone aos pacientes atendidos na Fundação Alfredo da Matta, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
A palmilha personalizada para cada paciente é uma órtese com objetivo de prevenir a formação de feridas e até mesmo ajudar a cicatrizá-las, gerando uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes ao longo do tratamento. De acordo com a pesquisadora, o modelo de palmilha foi pensado porque os portadores de hanseníase apresentam perda de pelos, ausência de transpiração e perda de sensibilidade ao calor, frio, dor e tato, especialmente nas regiões periféricas.
Atualmente, Jacqueline de Almeida que está selecionando os pacientes para participar do estudo, quantificando o grau de deformidade física causada pela doença e a possibilidade de evolução da hanseníase para produção da palmilha.
“Após esta avaliação, será realizado um escaneamento digital da sola do pé e da forma como o paciente caminha. A partir dos resultados do escaneamento, será utilizado um programa para desenhar o modelo de palmilha apropriado ao pé de cada paciente. Depois, o modelo será enviado para uma impressora 3D que fará a confecção em silicone da palmilha. Os pacientes serão acompanhados por profissionais que verificarão a adaptação da palmilha e se esta será capaz de ajudar na recuperação ou na prevenção das feridas nos pés adormecidos”, disse Jacqueline de Almeida Sachett.
O protótipo será produzido por empresas brasileiras especializadas na confecção e criação de materiais por meio de impressoras 3D, ao mesmo tempo em que uma equipe da Fuam estará recebendo treinamento para incorporação da tecnologia.
O projeto de pesquisa recebe aporte financeiro do Governo do Estado por meio do Programa Viver Melhor/Pró-Assistir da Fapeam. O programa tem como objetivo apoiar financeiramente projetos de pesquisa que visem ao desenvolvimento de produto ou protótipo de produto de tecnologia assistiva, dando a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência.
Para a pesquisadora, o apoio da Fapeam está sendo fundamental no desenvolvimento de inovações tecnológicas que contribuem na melhoria da qualidade de vida da população atendida por doenças crônicas, bem como na ampliação do conhecimento na área científica, com criações de órteses que auxiliem os pacientes portadores de doenças incapacitantes.
O Programa tem como objetivo apoiar financeiramente projetos de pesquisa que visem o desenvolvimento de produto ou protótipo de produto de tecnologia assistiva, objetivando a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência.