As ações integradas de combate às queimadas urbanas em Manaus ganharam um reforço, nesta terça-feira, 13, com o decreto de Situação de Emergência assinado pelo governador do Amazonas, José Melo; pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto; e por mais onze chefes do Executivo dos municípios que têm apresentado alto índice de focos de queimadas ou incêndios florestais. A solenidade foi realizada na sede do Governo do Estado, que fica na avenida Brasil, zona Oeste da capital.
De acordo com o prefeito Arthur Neto, a medida irá dar mais agilidade nas compras e nos procedimentos a serem adotados no combate e na prevenção dos focos de calor. “Essa ação veio em boa hora, uma vez que a capital, sozinha, pouco pode fazer para minimizar os efeitos danosos das queimadas, já que os principais focos de incêndio são oriundos dos municípios vizinhos”, destacou.
Ainda segundo o prefeito, o Município já tem atuado com uma Brigada contra Incêndio e, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, implantou uma base do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), também integrado por órgãos estaduais e federais. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a de Meio Ambiente (Semmas) têm ainda realizado trabalho educativo e de prevenção com atividades lúdicas, música e teatro, alertando para os riscos e cuidados nesse período de forte estiagem.
“E fica o nosso pedido para que a população colabore e não queime lixo ou folhas. Nossos agentes de limpeza já estão autorizados a recolher os sacos com folhas secas. Agora cada cidadão deve fazer também a sua parte”, concluiu Arthur Neto.
A previsão do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) é de que os próximos três meses ainda sejam de estiagem. Mesmo com o início da estação chuvosa, estudos apontam que o fenômeno El Niño ainda estará muito forte na Região. Deve chover, mas permanecendo abaixo do esperado.
Ações Emergenciais
O decreto de Situação de Emergência tem como base o parecer técnico elaborado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e a Defesa Civil do Estado, considerando os efeitos negativos do El Niño, que tem causado a redução significativa da precipitação pluviométrica na Região Amazônica, além da interferência humana que agrava ainda mais os efeitos danosos da seca.
Entre as estratégias de prevenção estão a Criação do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental, formado pela Sema, Batalhão Ambiental, Bombeiros, Defesa Civil e as prefeituras municipais, bem como a implantação da Sala de Situação de Controle e Monitoramento Ambiental, ambos funcionando na sede da Sema.
“De forma prática, vamos atuar em duas frentes. Uma envolvendo as estruturas de educação, fazendo um trabalho pedagógico com as crianças e com a comunidade em geral. Por outro lado, os chamados brigadistas, que são as pessoas trinadas para de forma voluntária ajudar o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, poderão agir mais rapidamente nos focos de incêndio”, explicou o governador José Melo.
Ainda segundo Melo, as secretarias de Saúde de todos os municípios contemplados no decreto também estão reforçando suas ações de atendimento aos problemas ocasionados pelo clima seco e pelo excesso de fumaça, sobretudo as doenças respiratórias.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que a incidência de focos de calor na Amazônia aumentou cerca de 80% em relação ao ano de 2014, no Amazonas o crescimento foi de 89%. “Até primeira quinzena de setembro os focos de calor estavam concentrados nos municípios do Sul do Estado. A partir da segunda quinzena do mesmo mês esse foco passou para Região Metropolitana de Manaus e dos 15 municípios mapeados, oito estão inseridos no decreto de Situação de Emergência”, disse Antonio Stroski, secretário da Sema.
Além de Manaus, o decreto contemplará também os municípios de Autazes, Caapiranga, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaquiri, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva.