O Estado do Amazonas pode obter, ainda este ano, o status de área livre de febre aftosa com vacinação. Como parte das ações adotadas para conquistar o reconhecimento junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Governo do Estado, por intermédio do sistema Sepror, realiza de 15 de julho a 31 de agosto a 2ª etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado da Produção Rural do Amazonas (Sepror), Valdenor Cardoso, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 9 de julho.
Nesta fase, estão incluídos 41 municípios de área de várzea, das calhas do Solimões e Amazonas. Já nos 21 municípios de terra firme, das calhas dos rios Juruá, Purus, Madeira e Negro a 1ª fase de vacinação ocorreu de 1º de maio a 15 de junho com vacinação. Nas duas ações, o Estado atingiu mais de 90% do rebanho de 1,4 milhão cabeças. A segunda dose nessas quatro calhas está prevista para o período de 01 a 30 de novembro.
O secretário Valdenor Cardoso pede o apoio de todos os pecuaristas do Amazonas para o sucesso da campanha. “Quando conquistarmos o status de área livre de febre aftosa poderemos fazer parcerias, por exemplo, com Estados como Rondônia e Pará que possuem essa certificação. O intercâmbio em feiras agropecuárias para compra e venda de gado será possível, já que hoje ficamos impedidos porque não podemos transacionar nosso gado por ainda não termos o status adequado. Nossa própria genética terá mercado, também, quando galgarmos mais esse degrau”, declarou.
Subsídio da vacina – Para o presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), Sérgio Muniz, a classificação do Amazonas como área livre de febre aftosa deve ocorrer em breve, possivelmente ainda este ano, uma vez que o sistema tem procurado seguir todas as orientações do Mapa. “O Governo do Amazonas é o único do País a subsidiar o valor da vacina para que todos os pecuaristas possam imunizar seu rebanho. São dois tipos de vacina, sendo que o valor comercial da primeira é de R$ 1,72. O governo subsidia os 0,72 centavos e o produtor paga 1 real por unidade. No segundo tipo, cada dose custa R$ 1,96 e o governo subsidia 0,96 centavos e o produtor paga R$ 1 real por dose. Essa etapa é de fundamental importância, porque logo após a mesma é que é feita a sorologia pelo Mapa”, acrescentou Muniz.
A vacinação nesses 41 municípios é um reforço à 1ª etapa da campanha, que ocorreu no período de 15 de março a 30 de abril, quando foram imunizados 87% do rebanho nas calhas do Solimões e Amazonas, ou seja, 526.787 animais, do total de 603.442 mil cabeças nesses 41 municípios.
A médica veterinária e coordenadora do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da febre aftosa no Amazonas, Alyane Figueiredo dos Santos, disse que o trabalho nesta fase é superar os números anteriores e atingir a cobertura vacinal de 90%. “Estamos intensificando o trabalho junto aos produtores para que se comprometam em vacinar seu gado”, completou.
Gado no Amazonas – O rebanho bovídeo do Amazonas (gado e búfalo) está estimado em 1.431.487,00, sendo os municípios de Boca do acre, Apuí e o Distrito de Santo Antônio de Matupi (Manicoré) os maiores produtores do Estado. Em 2013, as campanhas de vacinação contra a febre aftosa conseguiram alcançar mais de 90% desse rebanho.
Calendário de vacinação – No Amazonas, a campanha cumpre um calendário diferenciado que acompanha a subida e descida das águas. Os primeiros a serem imunizados são os animais de área de várzea, representados por 41 municípios das calhas do Amazonas e Solimões. São administradas duas doses por campanha. Depois é a vez do rebanho de área de terra firme, que se encontra em 21 municípios das calhas do Juruá, Purus, Madeira e Negro.
Nesta etapa, para vacinar o rebanho dos 41 municípios da várzea houve um investimento de R$ 2,020 milhões para aquisição de 226.160 frascos de vacina. A campanha envolve uma ação conjunta entre técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), Sepor, prefeituras municipais, Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) e outras associações pecuaristas.
O Governo Federal tem feito auditorias nos rebanhos do Amazonas para conferir o cumprimento das etapas rumo à obtenção do status livre de aftosa. Atualmente, dois municípios do Amazonas são reconhecidos como livres de febre aftosa com vacinação: Boca do Acre e Guajará, que possuem, respectivamente, 346.015 e 35.093 cabeças de gado.
Declaração do rebanho – Após o período de vacinação, o produtor rural tem 15 dias para declarar o rebanho como vacinado e apresentar o recibo da compra das doses nas sedes da Adaf ou Idam de seus municípios.
Nesta segunda etapa junto aos 41 municípios, o prazo de declaração vai até 15 de setembro. Caso não vacine o rebanho, o produtor será advertido e em caso de reincidência será multado em R$ 40,00 por cabeça, mais R$ 300,00 reais por propriedade.