Estudantes usam lixo orgânico para criar compostagem em escola na zona oeste de Manaus

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Projeto de pesquisa do PCE pretende ensinar alunos sobre práticas da política dos 5Rs

Usar os resíduos orgânicos oriundos da cozinha da escola e da jardinagem para criação de compostagem tem sido o desafio de um grupo de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Coronel Pedro Câmara, situada no bairro Santo Agostinho, na zona oeste de Manaus. O projeto pretende ensinar aos alunos as práticas da política dos 5Rs (Reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos).

COMPOSTAGEM 2
FOTOS: FRANCISCO SANTOS/FAPEAM

O projeto de pesquisa é desenvolvido sob a coordenação do professor de Ciências Biológicas, Gabriel Muca, no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) realizado em parceria com as secretarias de Educação do Estado (Seduc) e do Município (Semed).

Segundo o professor, além de ensinar os alunos sobre o reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos por meio da política dos 5Rs, a pesquisa busca despertar nos alunos a consciência ambiental. A proposta é que os frutos do projeto sejam colhidos por toda a comunidade acadêmica.

“Queremos aproveitar toda a matéria orgânica que é gerada na escola para produção do composto e, futuramente, trabalhar a horta com os próprios alunos e dar suporte à cozinha da própria escola. A ideia é identificar na cozinha qual material que precisam, se mais legumes ou temperos, e, partir daí, dar um direcionamento total para necessidade da escola”, disse.

Fase intermediária – Conforme o professor, o projeto está na fase intermediária, na qual os bolsistas estão testando o tipo de compostagem mais adequado para a escola. Ao todo, três montes de compostagem com materiais diferentes são cultivados pelos jovens pesquisadores, cada um com tipo de material, disponibilizado também de forma distinta.

O grupo de pesquisa trabalha na criação de uma compostagem do tipo aeróbia. Na compostagem aeróbia a decomposição é realizada por micro-organismos, os odores emanados não são agressivos e a decomposição é mais veloz. O material fica exposto e não há inserção de minhocas.

Para o professor, o ensino discutido no projeto do PCE tem ultrapassado os muros da escola.

“Eles (alunos) estão começando a ver que a compostagem que estamos fazendo aqui pode ser feita em casa também, de forma reduzida, é claro. Inclusive um dos alunos comentou que a compostagem pode até gerar lucro dependendo da quantidade, porque a população do bairro gosta de plantas ornamentais e medicinais. Essa seria uma forma deles estarem gerando o próprio adubo, ao invés de está gastando”, contou Muca.

Experiência enriquecedora – O bolsista Dário de Almeida Gusmão conta que participar do projeto de pesquisa tem sido uma experiência enriquecedora para ele e seus colegas de classe. Ele afirma que aprender sobre reciclagem é repensar a maneira que o homem pode interagir com o meio ambiente.

“Nós aprendemos que é bom reaproveitar os resíduos que seriam jogados fora e não teriam nenhuma utilidade. No projeto temos usados esses materiais para fazer adubo para poder a plantação. Esse é um ensino que vamos levar pra vida, e temos que dar valor a isso, pois lixo jogado no chão só polui o nosso meio ambiente”, disse.

Já Bruno dos Anjos, também bolsista, acredita que o projeto tem contribuído para a mudança de atitude dele e dos demais alunos nas questões que abordam os temas reciclagem e meio ambiente. “Antes na lixeira da escola e no chão sempre víamos muita coisa podre e animais e insetos ficavam lá. Agora não acontece mais isso. Nós pegamos os materiais orgânicos que eram descartados na lixeira e usamos na compostagem. O projeto tem sido muito bom”, contou.

PCE – A Fapeam divulgou, no mês de julho, a lista com o nome dos projetos aprovados no PCE, edição 2017. Ao todo, 396 propostas foram aprovadas e contemplam Manaus e outros 35 municípios do Estado. O programa incentiva a atração de alunos e professores ao mundo da pesquisa científica no ambiente escolar, envolvendo-os, a partir do 6º do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio, em projetos de cunho científico ou tecnológico.

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