A NATUREZA ESTÁ CLAMANDO. DE TANTO LUTAR NÃO RESISTIU

Socorro Maia – Jornalista Profissional MTB-1370. - EDIÇÃO 08
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Foto: Edson Piola/portaldoamazonas.com

 

O título do artigo foi inspirando na letra da música “Chorando pela Natureza”, uma composição da parceria de Paulo César Pinheiro com João Nogueira, segundo os autores naquela época não se falava de meio ambiente como hoje. Sentia-se, todavia, os efeitos da mão do homem no planeta, já era perceptível a destruição da nossa Mãe Terra. A Natureza chora com a imagem devastadora de milhares de peixes e botos sem vidas que flutuam na superfície das águas. Somam 178 botos mortos já registrados na região de Tefé, testemunhar essa mortalidade é angustiante. A Natureza chora é os animais agonizam no meio das chamas. É insuportável o ar que respiramos, o Amazonas não respira, ele agoniza, com o ar extremante quente e a floresta totalmente seca.  As queimadas se alastram matando covardemente os animais no meio da floresta, as chamas se espalham com muita facilidade nas imensas áreas onde os grileiros produzem incêndios criminosos, agravando ainda mais a situação desesperadora. As cidades do interior do Amazonas estão isoladas, e a fumaça toma conta de nosso estado.

Sem chuva e com temperaturas altas o volume de água desce muito rápido, o que aparece nos rios, é um cenário assustador, um cemitério de barcos encalhados. É uma seca histórica e com grandes consequências para os 62 municípios do estado. Segundo o boletim da Defesa Civil estadual divulgado na quinta-feira (26.10), são 60 os municípios que estão em emergência, sendo que Presidente Figueiredo e Apuí, que estavam antes em situação de normalidade, agora se encontram em estado de atenção. Os rios são as principais formas de locomoção entre os interiores do estado, o Amazonas tem 608 mil pessoas afetadas até o momento pela seca severa, ou seja, 152 mil famílias.

O boletim destaca que no período de janeiro deste ano até 25 de outubro foram registrados 18.170 focos de calor no estado, dos quais 2,5 mil na região metropolitana de Manaus. Somente em outubro, até o momento, foram 3.368 focos de calor, mais do que o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.335 focos de calor, no período de 12 de julho a 25 de outubro, o Corpo de Bombeiros combateu 2.482 incêndios, dos quais 710 em Manaus e 1.772 no interior do estado. No meio da floresta, Manaus, enfrenta isolada a pior seca registrada em 121 anos.

Cientistas, ambientalistas e representantes do governo federal afirmam que a combinação de mudanças climáticas, o efeito natural El Niño que aquece as águas do Oceano Pacífico, dificulta a formação de chuvas na Amazônia e junto com o desmatamento desenfreado contribui para o agravamento e prolongamento da seca, que, por sua vez, leva ao aumento das queimadas, o que tende aumentar ainda mais o sofrimento com os efeitos da estiagem, afetando o regime de chuvas, impactando não apenas na vida dos povos locais, mas também afetando a economia e a segurança hídrica de outras regiões do país, pois o que acontece na Amazônia interfere nos demais biomas.

Em meio a esse cruzamento de fatores, o Papa Francisco Adverte: ‘O Mundo Está à Beira do Colapso devido às Mudanças Climáticas’, o religioso segue dizendo que este mundo que nos acolhe está desmoronando e talvez se aproximando de um ponto de ruptura e não estamos reagindo de modo satisfatório”.

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