O acesso dos indígenas ao ensino superior é um instrumento de cidadania para a formação universitária dos índios de diversas etnias. O governo do Amazonas, por meio do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), realizou a formatura da primeira turma do curso de Enfermagem Indígena de Manaus, a solenidade de formatura aconteceu na quinta-feira (26/05), no auditório da unidade educacional do Cetam.
Respeitando as especificidades étnicas e culturais e valorizando a história e os direitos indígenas, 21 estudantes provenientes de 12 etnias concluíram o curso realizado na Escola de Formação Profissional Enfermeira Sanitarista Francisca Saavedra.
Valorizando os povos indígenas, o Governo do Amazonas vem trabalhando para atender as demandas sociais de forma contextualizada, o que inclui o ensino técnico e as demais ações de qualificação profissional. O curso mostra o compromisso do Cetam com os povos indígenas.
De acordo com informações do Cetam, todos os alunos moram em Manaus, e foram realizadas 1.800 horas de aulas teóricas e práticas para garantir o certificado do curso técnico. E dois deles já estão com empregos garantidos. Um irá atuar no município de Lábrea e o outro vai para o estado de Roraima.
Totalmente voltado para as diretrizes indígenas o curso Técnico em Enfermagem é um dos mais procurados dentre os ofertados pelo Cetam é uma inovação da autarquia por conta das especificidades desse público. A habilitação faz parte do Eixo Tecnológico Ambiente e Saúde.

De acordo com o diretor da escola profissionalizante, professor Salatiel da Rocha Gomes, o curso mostra preocupação e o compromisso do Cetam com os povos indígenas.
“A conclusão dessa turma de Enfermagem mostra o compromisso do Cetam e do governo do Amazonas com a implementação de ações que atendam a política de atenção à saúde dos Povos Indígenas”, destacou.
Salatiel disse que está sendo realizado um estudo de demandas de cursos para a clientela indígena, em outras áreas, como Saúde Bucal e Análises Clínicas, objetivando fortalecer o contexto da saúde indígena.
O curso ofertado para os indígenas apresenta componentes curriculares que abordam as dimensões filosóficas, antropológicas e sociológicas na saúde indígena, esse é o principal diferencial em relação ao curso tradicional.
“Além desses aspectos mais gerais, o curso também destaca o processo sociocultural e terapêutico específico da saúde indígena, e tem a interculturalidade como princípio pedagógico central”, destacou o gestor
Chancelado pelo Ministério da Saúde, o curso é um dos mais completos, e os indígenas são habilitados a realizar cuidados de enfermagem, tais como: curativos, administração de medicamentos e vacinas, nebulizações, banho de leito, mensuração antropométrica e verificação de sinais vitais, dentre outros.