Zona Franca de Manaus deve ganhar em 2016 um entreposto fiscal em Anápolis

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A Zona Franca de Manaus deve ganhar em 2016 um entreposto fiscal em Anápolis, a capital industrial de Goiás, na região Centro-Oeste do Brasil.

entreposto

A proposta foi um dos principais temas do encontro entre o governador do Amazonas, José Melo, e o governador de Goiás, Marconi Perillo, nesta quarta-feira, 16 de dezembro. O protocolo de intenções com as regras de criação do entreposto deve ser assinado em janeiro do ano que vem, ocasião em que os dois governos pretendem formalizar parcerias em outras áreas, como na compra de medicamentos.

Em visita a Manaus desde a terça-feira, o governador Marconi Perillo reuniu pela manhã com José Melo na sede do Governo do Estado, na Compensa, zona centro-oeste da capital. Depois seguiu para visitar unidades prisionais do Estado acompanhado do vice-governador Henrique Oliveira e do secretário de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio. O objetivo é conhecer a experiência na co-gestão prisional com a Umanizzare, que possui uma Parceria Público-Privada (PPP) que prevê, ainda, investimentos como a reforma e ampliação do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), a construção de novo presídio semiaberto e um novo Centro de Detenção Provisória em Manaus e de duas unidades prisionais em Rio Preto da Eva. A empresa é goiana e o Governo de Goiás tem interesse de replicar a experiência adotada pelo Amazonas.

Na logística, ponto de maior interesse, as conversas estão mais avançadas. Amazonas e Goiás estão na etapa final de negociação da abertura do entreposto aduaneiro da Zona Franca de Manaus na Plataforma Logística Multimodal de Goiás, em Anápolis, cidade considerada capital industrial de Goiás. O entreposto abriria vantagens para as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), melhorando o acesso ao mercado consumidor brasileiro e maior facilidade para escoamento para Argentina e Chile. Antes da assinatura do protocolo que formaliza a abertura do entreposto, uma equipe técnica do Governo do Amazonas deve ir à cidade goiana para nova rodada de discussões.

A ZFM possui entrepostos funcionando em quatro cidades brasileiras: Rezende (RJ), Uberlândia (MG), Itajaí (SC) e Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife. Outros dois estão em fase de implantação: Praia Norte, no Tocantins; e Santarém, no Pará. Os entrepostos abrem novas rotas para venda de mercadoria. Segundo o govenador do Amazonas, o entreposto em Anápolis é estratégico pela facilidade de acesso ao Sudeste brasileiro. A cidade é considerada o “trevo do Brasil” pela integração aos demais centros consumidores nacionais, próxima de quase 75% do mercado consumidor brasileiro.

“Entreposto em um ponto estratégico do Brasil, um ponto central, e onde a partir daí, ligado ao resto do Brasil, facilitaria a entrada dos produtos da Zona Franca no mercado brasileiro, reduziria o custo de logística, o tempo dos produtos chegarem ao mercado. Portanto, será fundamental tanto para Goiás, que terá mais uma alternativa econômica, quanto para nós porque reduziríamos aquilo que é um grande gargalo, que é o alto custo de logística. Isso iria possibilitar que os empresários pudessem fazer com que os produtos chegassem ao mercado em tempo mais curto, reduzindo seus custos e consequentemente a possibilidade de lá na ponta esses produtos chegarem com um preço menor do que hoje”, afirmou José Melo.

José Melo adiantou que pretende estabelecer parcerias com o Governo de Goiás na área de saúde. Além disso, uma comitiva do Governo do Amazonas irá a Goiás conhecer as experiências na implantação do modelo de Organização Social de Saúde (OS). No começo deste mês, o governador anunciou o início dos estudos da viabilidade de implantar esse modelo na gestão da Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCecon). Outra pauta é a aquisição de medicamentos para as unidades de saúde do Amazonas, tanto das empresas do polo farmoquímico de Goiás quanto do laboratório público de Goiás, que produz medicamentos genéricos.

 “Temos a possibilidade de vermos a experiência que Goiás tem nas OS para aplicarmos aqui nas áreas complicadas como a saúde. Outro ponto é a aquisição de medicamentos. Essa é uma questão mais de interesse nosso. O Amazonas, por uma questão da Zona Franca de Manaus, é um Estado que investe muito. E dentro desses investimentos um dos altos custos que temos é com medicamentos e químico-cirúrgicos e Goiás tem toda uma experiência neste campo que queremos trazer para dentro do nosso Estado, assim como a experiência na gestão dos hospitais”, frisou José Melo.

O governador Marconi Perillo disse que enxergou inúmeras possibilidades de cooperação entre Goiás e Amazonas, além da parceria na área logística. No segmento de medicamentos, Perillo destacou que o laboratório estatal, a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), hoje fornece medicamentos para o SUS e oferece a vantagem da venda direta de medicamentos para os governos, com menor burocracia.

 “Tive oportunidade de trocar experiências sobre o sistema de execução penal. Vimos aqui boas experiências e também falamos das nossas. Esse tipo de cooperação entre os estados é muito importante. Nossa intenção é que Anápolis, e Goiás, sirvam de um grande centro distribuidor de produtos da Zona Franca. Dando competitividade aos produtos produzidos aqui na Zona Franca de Manaus, que, aliás, tem um grande parque industrial. Queremos ser parceiro da Zona Franca”, destacou Perillo.

Atualmente, Anápolis possui o segundo maior polo de fármacos do Brasil e é a segunda maior produtora de remédios genéricos. Abriga 26 empresas de medicamentos.

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