A manhã desta segunda-feira (15/9) foi de tensão no sul do Amazonas. A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Boiuna, contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, e destruiu 71 dragas utilizadas na extração ilegal de minérios entre os municípios de Manicoré e Humaitá.
A ação, que começou por volta das 7h, rapidamente incendiou os ânimos da população local. Na orla de Humaitá, dezenas de garimpeiros e curiosos se aglomeraram contra a ofensiva federal. O protesto resultou em confronto: agentes da PF lançaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão.
Operação coordenada e de impacto
Segundo a PF, a destruição das dragas atende a ordem judicial da Justiça Federal do Amazonas. A ofensiva mobilizou não apenas policiais federais, mas também equipes da Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública, além de representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O diferencial desta vez foi a coordenação pelo Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), que articula ações conjuntas contra crimes ambientais transfronteiriços.

Trabalho precário em meio ao conflito
Durante a operação, servidores federais também verificaram condições precárias de trabalho em balsas usadas por garimpeiros, um dos alvos paralelos da fiscalização.
Mesmo com a destruição de dezenas de embarcações, o clima em Humaitá segue carregado. Para muitos moradores, a ação representa ataque direto a uma atividade que, embora ilegal, sustenta famílias locais. Para o governo federal, no entanto, trata-se de um passo necessário para enfrentar o garimpo que devasta a Amazônia e alimenta redes criminosas.