Tefé no Amazonas foi o maior município do mundo no século XIX

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No século XVII, o jesuíta Samuel Fritz acabou por fundar uma aldeia na região. Após o estabelecimento da aldeia, seguiram-se diversas disputas entre espanhóis e portugueses pelo domínio da região, tendo os portugueses obtido êxito em suas conquistas, consolidando o domínio sobre a localidade por volta de 1790.[9][10]

Assim, Tefé passou a constituir um município. A área geográfica de Tefé chegou a possuir mais de 500.000 km², até o fim do século XIX, área essa que fazia do município o maior do mundo em extensão territorial. A partir de então, vários desmembramentos desse território foram sendo feitos, originando assim os municípios de São Paulo de Olivença, Coari, Fonte Boa, São Felipe (atual Eirunepé), Japurá e Maraã.

Tefé é um município da Microrregião de Tefé, na Mesorregião do Centro Amazonense, no estado do Amazonas, no Brasil. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016, era de 62 230 habitantes. Sua área territorial é de 23 808 quilômetros quadrados, sendo o quadragésimo oitavo maior município do Brasil em área e o vigésimo terceiro do Amazonas.

Está distante 523 quilômetros de Manaus, capital do estado, e 2 304 quilômetros de Brasília, capital nacional.

História

A área em que hoje se localiza o atual município de Tefé era, nos primórdios, habitada pelos índios, predominantemente as tribos Tupebas ou Tapibas. O nome Tefé, origina-se destas tribos.[8]

O padre Samuel Fritz foi enviado para o Amazonas a serviço da Espanha e fundou as primeiras missões jesuíticas na região para catequizar os índios. Essas missões também eram responsáveis por prestar serviços sociais à comunidade indígena.[8] Os portugueses, desrespeitando o Tratado de Tordesilhas, subiram o Rio Solimões, vindos do Grão-Pará, com a finalidade de conquistar o Amazonas e dominar as terras dos espanhóis, o que resultou em um grande conflito entre as duas nações, quando estes chegaram à região.[8]

O governador do Grão-Pará enviou tropas comandadas pelo Capitão Correia de Oliveira, em 1708, para expulsar os espanhóis. Assim sendo, o padre Sana promulgou que Samuel Fritz deveria deixar a região do Amazonas, conforme ordem da Coroa Portuguesa. Samuel Fritz se retirou e foi até o Peru em busca de apoio para combater os portugueses. Muitos indígenas que lutavam em apoio aos portugueses morreram vítimas do confronto, e novamente os espanhóis voltaram a dominar a região, conforme já estava estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.[8]

Em 1709, portugueses e espanhóis voltaram a entrar em confronto. Novamente, Portugal sai vitorioso, o que leva os índios a uma fuga em massa para o interior das matas e para a cabeceira do Rio Tefé, onde atualmente está a área do município de Tefé.[8]

Colonização portuguesa

Pouco tempo depois, o frei André da Costa chega à região com a finalidade de tomar contas das missões da Ilha dos Veados e Parauari. A partir de 1718, frei André da Costa, temendo novos ataques dos espanhóis, subiu a cabeceira do Rio Tefé, onde encontrou um lago, fixando-se na margem direita deste com seus seguidores peregrinos.

O Tratado de Madrid foi assinado alguns anos depois, pelos reis de Espanha e Portugal. O tratado visava dar fim às lutas entre os dois países pela posse das terras do norte brasileiro, e procurava delimitar o território de domínio dos dois países na região. A área de Tefé passou a ser usada como limite territorial do domínio das duas Coroas, mas ainda assim, nenhuma das duas nações mostrava-se disposta a ceder a região de Tefé, o que causava enorme discussão à época. Apesar da tensão, Portugal mantinha predominantemente sua influência sob Tefé.

Tefé foi elevada à categoria de vila em 1709, título concedido pelos portugueses. A vila passou a chamar-se Vila de Ega, e fazia parte da Capitania de São José do Rio Negro.[9] A discussão sobre os limites territoriais sob domínio espanhol continuava, até que uma expedição demarcadora, comandada por D. Francisco de Requena, foi enviada pela Espanha. A expedição ocupou todo o Solimões até as proximidades da Vila de Ega. Em 1787, os português Manoel Lobo d’Almada assumiu a capitania de São José do Rio Negro e deu início à expulsão por completo dos espanhóis.

Tefé foi desmembrada em 1817, quando uma de suas vilas, Olivença, recebeu status de município, com território desmembrado de Tefé. Entretanto, tempos depois, o município de Olivença foi suprimido e seu território retornou ao de Tefé. Nessa época, a comarca do Alto Amazonas, que compreendia o atual estado do Amazonas, era formado por apenas quatro municípios, sendo que um deles era Tefé. Em relação à área territorial, Tefé chegou a ser o maior município do mundo em território, abrangendo vastíssima região, superior a 500.000 km², equivalente ao território atual da Tailândia.[9]

Em 1833, o governo da província do Grão-Pará obtém o controle de Ega, devido a delimitação territorial feita entre Portugal e Espanha. O Grão-Pará ignorou a denominação Vila de Ega e restituiu o nome da região para Tefé.[8] Em 1850, o Amazonas é desmembrado do Grão-Pará e elevado à categoria de província, sendo que Tefé passou a fazer parte da nova província. Cinco anos depois, em 1855, o Governo da Província do Amazonas elevou Tefé à categoria de cidade.

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