Seind reforça projeto de arquearia indígena com três novos atletas

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A temporada dos treinamentos de alto nível para novos arqueiros indígenas já começou no Amazonas. Nesta semana, três atletas oriundos das seletivas realizadas no interior do Estado em 2014 e remanescentes de um grupo de cinco indígenas que treinaram por uma semana na Vila Olímpica de Manaus, em junho do ano passado, vão ser reintegrados ao projeto “Arquearia Indígena”.

Foto - Divulgação-Seind
Foto – Divulgação-Seind

Desta vez, a permanência deles na capital amazonense será maior. O alvo principal é a participação em competições locais, nacionais e internacionais, entre as quais os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Auxiliadora Paschoal Baré, 17, e Edmilson Mayoruna, 19, foram os primeiros a chegar. Ela é oriunda da comunidade Tapuruquara-Mirim, que fica a um dia de barco (do tipo de rabeta) de São Gabriel da Cachoeira, e ele veio da região do Vale do Javari, do município de Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros de Manaus).

O terceiro atleta é Jacieno Rosindo Tikuna, 15, que desembarca na capital amazonense na próxima sexta-feira (dia 23), vindo de Santo Antônio do Içá (a 888 quilômetros de Manaus), no alto rio Solimões.

O retorno do grupo a Manaus foi articulado pela Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), junto às prefeituras locais. O órgão é parceiro da Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fetarco) e da Secretaria de Estado do Desporto, Juventude e Lazer (Sejel), na execução do projeto “Arquearia Indígena”, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Talentos – Auxiliadora, Edmilson e Jacieno são frutos das seletivas realizadas no início de 2014, no interior, pela descobridora de talentos Márcia Lot. A ação foi acompanhada por técnicos da Seind nas três regiões do Estado, por meio da câmara técnica “Qualidade de Vida dos Povos e Comunidades Indígenas”, do Comitê Gestor entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Diferentemente do ano passado, quando treinaram uma semana e tiveram de retornar para as aldeias por conta dos estudos, os três atletas ficam em Manaus, com direito à moradia na vila olímpica e colégio para estudar.

Única mulher – Auxiliadora Baré não mostra qualquer inibição pelo fato de ser a única presença feminina no grupo. Filha de agricultores indígenas com mais quatro irmãos, ela traz no sangue, os costumes e cultura passados de geração em geração na aldeia Tapuruquara-Mirim. São aproximadamente 30 famílias (entre as quais Baré, Tukano e Baniwa), que torcem pelo sucesso dela.

Apesar de entrar no esporte por acaso, após ouvir o anúncio das seletivas em uma rádio de São Gabriel, a indígena promete ir fundo nos treinamentos. Não abre mão do sonho de se tornar uma atleta de alto rendimento.

Convocado – Bons exemplos não faltam para que Auxiliadora siga em frente. Um dos espelhos é o também indígena Yagoara Kambeba, mais conhecido como Dream Braga, 18, que já está no projeto há dois anos e recentemente foi convocado para a seleção brasileira. Dream é de um grupo de oito arqueiros, que estão há mais tempo na Vila Olímpica de Manaus e que saíram de seletivas realizadas em mais de 30 aldeias do Amazonas.

O atleta é oriundo do baixo rio Negro (rio Cuieiras) e pode se tornar o primeiro arqueiro indígena a disputar uma competição internacional. No fim deste mês, ele participará de uma seletiva, no Rio de Janeiro, com vistas aos Jogos Pan-Americanos.

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