Santa Isabel do Rio Negro terra do “Pico da Neblina”

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Santa Isabel do Rio Negro é um município  do estado do Amazonas, Região Norte do país. Pertencente à Mesorregião do Norte Amazonense e Microrregião de Rio Negro, em seu território estão localizados o Pico da Neblina e o Pico 31 de Março, que são os dois pontos culminantes do Brasil. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016, era de 23 092 habitantes.

História

A história do município de Santa Isabel do Rio Negro remonta ao século XVII, quando em 1661 ocorre a reativação do povoamento na região do Rio Negro através de expedições ibérico-lusitanas e a fundação da Missão de Nossa Senhora de Conceição de Mariuá (Barcelos). Seu berço ficava situado a margem direita do Rio Negro, entre São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, município a quem pertencia até o seu desmembramento a partir da década de 50, criado através da Lei estadual nº 117 de 29 de dezembro de 1957. Sua sede municipal se dava na comunidade de Ilha Grande, renomeada com a atual nomenclatura.

Geografia

Sua população é de 23 092 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016.[3]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 até 1983 a menor temperatura registrada em Santa Isabel do Rio Negro foi de 13,1 °C em 26 de agosto de 1966,[6] e a maior atingiu 39 °C em 21 de novembro de 1965.[7] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 148 mm em 3 de janeiro de 1965. Outros grandes acumulados foram 125 mm em 30 de janeiro de 1962, 120,7 mm em 7 de outubro de 1977, 117 mm em 21 de maio de 1972, 112,1 mm em 18 de março de 1975, 111,7 mm em 18 de abril de 1972, 109,7 mm em 16 de outubro de 1971, 107,2 mm em 24 de abril de 1972 e 105,4 mm em 18 de março de 1974.[8] O menor índice de umidade relativa do ar foi registrado na tarde de 14 de outubro de 1966, de 39%.[9]

Apesar do acesso aos maiores picos do Brasil ser em São Gabriel da Cachoeira, município vizinho de Santa de Isabel do Rio Negro, os pontos culminantes ficam localizados na área de sua municipalidade, tanto o Pico da Neblina (2.994 m) quanto o Pico 31 de Março (2.973 m).

Pico da Neblina

Pico da Neblina, localizado no norte do Estado do Amazonas, na serra do Imeri, é o ponto mais alto do Brasil com 2995,30 metros de altitude (medição revista pelo IBGE em 2015[2]).

O nome do pico origina-se do fato de que o topo da montanha fica encoberto pela neblina a maior parte do tempo. Por sua vez, o pico dá nome ao Parque Nacional do Pico da Neblina, onde está situado. Localiza-se no município de Santa Isabel do Rio Negro, mas a zona urbana mais próxima é a de São Gabriel da Cachoeira. Embora o maciço do Pico da Neblina esteja situado na fronteira com a Venezuela e a maior parte da área do maciço esteja nesse país, o cume principal está inteiramente dentro do território brasileiro, a meros 687 metros da fronteira venezuelana no Pico 31 de Março, conforme determinado por uma comissão demarcadora de fronteiras em 1962.[3]

Além de ser o ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina é o ponto mais alto do Escudo das Guianas e também o ponto mais alto da América do Sul a leste dos Andes(embora a Sierra Nevada de Santa Marta, na Colômbia, a noroeste da cordilheira e totalmente separada desta, tenha o ponto mais alto do continente fora dos Andes). Portanto, o Pico da Neblina é o ponto mais alto de grande parte do continente e tem uma grande proeminência topográfica. O vizinho Pico 31 de Março, por onde passa a fronteira com a Venezuela e que é dividido com esta, é ainda o ponto mais alto daquele país fora dos Andes, a 2974,18 metros.

História do Pico da Neblina 

O pico da Neblina teria sido descoberto na década de 1950 pelo então comandante Mário Jucá, da Panair do Brasil, ao sobrevoar o pico num raro momento em que ele não estava encoberto pela neblina. Na época não existiam instrumentos de precisão como o GPS, porém o comandante teria chegado a essa conclusão baseado apenas no altímetro de sua aeronave. Como então não se conhecia ainda sua altitude exata, nem se tinha certeza se o pico se encontrava em território brasileiro ou venezuelano, continuou-se acreditando ainda por alguns anos que o ponto mais alto do Brasil era o Pico da Bandeira (2891 metros), na divisa dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. Só em 1962 a fronteira foi demarcada e se confirmou que o Pico da Neblina estava no Brasil, e só em 1965 sua altitude foi medida e se descobriu então que era o ponto mais alto do país.

Porém, se para os brasileiros o pico era desconhecido, os venezuelanos já o conheciam anteriormente como Cerro Jimé, e a área da montanha já tinha sido visitada em 1954 numa expedição do eminente ornitologista venezuelano (filho de americanos) William H. Phelps, Jr. Em sua homenagem, o pico às vezes é chamado de Cerro Phelps na Venezuela, embora hoje essa designação seja mais comumente atribuída ao Pico 31 de Março.

Em 1965, o topógrafo José Ambrósio de Miranda Pombo, usando um teodolito, mediu a altitude do Pico da Neblina como sendo de 3014 m e a do vizinho Pico 31 de Março em 2992 m. Porém, em 2005 o cartógrafo Marco Aurélio de Almeida Lima, membro da expedição do Projeto Pontos Culminantes do IBGE e do Instituto Militar de Engenharia (IME), tirou as novas medidas após 36 horas de medição usando um aparelho de GPS profissional de altíssima precisão. A nova medição determinou que o pico era aproximadamente 20 metros mais baixo do que se pensava, tornando o Brasil um país sem nenhum ponto em seu território acima de 3000 metros de altitude[2].

No final de 2015, com base num novo mapeamento mais preciso do território brasileiro quanto ao geoide (superfície imaginária de referência para altitudes, com base no campo gravitacional da Terra), os dados obtidos anteriormente por GPS foram recalculados (não houve nova expedição ao pico na ocasião) e o IBGE alterou novamente a altitude oficial do Pico da Neblina para 2995,30 metros, uma diferença a mais de 1,52 metro.[2]

Acesso

Por localizar-se num parque nacional, em região de fronteira e em terras da reserva ianomâmi, o acesso ao Pico da Neblina é restrito e depende de autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É obrigatório contratar um guia credenciado. Todas as expedições começam na cidade de São Gabriel da Cachoeira. A partir da cidade, é necessário subir o rio Cauaburi em voadeiras (velozes canoas de alumínio com motor de popa), até a boca do igarapé Tucano, início da caminhada, próximo à aldeia ianomâmi e missão católica de Maturacá. Depois de quatro dias de caminhada, andando uma média de 4 a 5 horas por dia, chega-se ao ponto mais alto do relevo brasileiro.

 

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