Mais de 400 lixeiras viciadas já foram desativadas pela Prefeitura de Manaus este ano, em um trabalho ininterrupto para manter a cidade limpa. Eliminar esses pontos de acúmulo de lixo, comumente chamados de ‘lixeiras viciadas’ é um desafio permanente, uma vez que, a cada ponto detectado há o procedimento longo para a retirada da lixeira viciada e, em 40% dos casos, há grande possibilidade do local voltar a acumular lixo, segundo dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).
Fotos: D’Castro/SEMULSP
A retirada de um ponto de lixo envolve o trabalho de, ao menos, quatro equipes diferentes: garis da limpeza, equipes de conscientização, jardinagem e núcleo de fabricação de placas e lixeiras comunitárias. Este ano, além da eliminação dos pontos de acúmulo de lixo, já foram alcançadas mais de 5,9 mil pessoas com o trabalho de sensibilização.
“As primeiras ações são remoção dos resíduos e a limpeza do local. Depois entramos com a sensibilização e orientação da população sobre os horários da passagem dos carros coletores e sobre os perigos de se deixar o lixo em locais impróprios”, explicou Laurimar Costa, presidente da Comissão Especial de Divulgação e Orientação da Política de Limpeza Pública (Cedolp), órgão vinculado à Semulsp.
Tratado como prioridade na administração municipal, o trabalho de retirada desses pontos foi intensificado nos últimos meses como parte das ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, vetor das doenças dengue, chikungunya e Zika. “Além de desvalorizar o bairro, e atrair bichos, causando prejuízo à saúde das pessoas, formar lixeiras viciadas é ilegal e passível de penalizações”, explica o secretário da Semulsp, Paulo Farias.
Em 2015, um total de 2.227 lixeiras viciadas foram retiradas, contabilizando mais de 115 mil pessoas orientadas e sensibilizadas. “Esse trabalho é importante para a política pública de limpeza da cidade, porque entra em contato direto com a comunidade e pode colaborar para uma mudança de hábitos da população envolvida”, avaliou Farias, lembrando que diversos jardins já foram implantados no lugar de uma lixeira. “Em muitos casos, retiramos os pontos de acúmulo e, após conversar com a comunidade, implantamos um jardim, com o comprometimento de que os próprios cidadãos passariam a preservá-lo”, contou.
A Semulsp também disponibiliza placas e uma lixeira comunitária em alguns casos. “As ações seguem a necessidade de cada local. Dependendo do caso, a Semulsp entra com diversas equipes para solucionar o problema”, explica Paulo Farias.
Becos
Segundo levantamento da Semulsp, há aproximadamente 1,2 mil becos espalhados pela cidade e, muitas saídas de becos apresentam pontos de lixeiras viciadas. “A Semulsp trabalha uma modalidade diferente de coleta nesses locais em que o caminhão coletor não pode entrar. Geralmente, levamos um veículo de coleta menor, que remove os resíduos puxados pelos trabalhadores de dentro do beco, o que evita o acúmulo de lixo em pontos viciados”, disse.
Na última semana, a Semulsp retirou lixeiras viciadas em locais como Santo Agostinho, São Raimundo e Vila da Prata, todos na zona Oeste.
Mário Raposo, administrador do Cemitério Santa Helena, localizado no bairro São Raimundo (zona Oeste), convivia com um ponto de acúmulo de lixo na rua São Sebastião, atrás do cemitério, há anos. “Sempre limpavam esse ponto, mas o lixo voltava a ser jogado aqui. A Prefeitura já fez um jardim aqui e ele foi soterrado por lixo. Este mês vieram de novo e implantaram um novo jardim. Espero que, dessa vez, ele permaneça”, disse.
Desde segunda-feira, 28, mais de 30 agentes de sensibilização se dividem entre Beco Hortêncio, localizado na rua Comendador Clementino (Centro, Zona Sul); rua Raquel de Souza; Rua Valter Batista e Beco Raquel, com ações de orientação aos moradores sobre como devem dispor corretamente os resíduos de domicílio.