A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vai vistoriar 25.954 imóveis durante o 4º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025. O trabalho foi iniciado na segunda-feira, 3/11, e seguirá até o dia 14 de novembro, em imóveis selecionados por amostragem nos 63 bairros das zonas Norte, Sul, Leste e Oeste.
O levantamento tem o objetivo de identificar o índice atual de infestação do Aedes aegypti, vetor de transmissão de chikungunya, zika e dengue, e vem sendo realizado por 298 profissionais, incluindo equipes de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Controle de Endemias (ACEs), motoristas, supervisores, digitadores e equipe administrativa.
Durante ação, nesta quarta-feira, 5/11, no bairro Cidade Nova (zona Norte), o chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, explicou que, a partir do resultado LIRAa, é possível estabelecer um planejamento para reduzir os riscos de surtos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, de acordo com o nível de infestação identificada em cada bairro e zona urbana em Manaus.
Nas vistorias, os agentes de saúde verificam se há criadouros nos imóveis, identificam e coletam as formas imaturas (larvas) do mosquito. Também é feita a identificação de quais os tipos de criadouros predominantes nos domicílios, e os criadouros encontrados são eliminados ou tratados para evitar a proliferação do Aedes. Os profissionais ainda orientam os moradores sobre os cuidados necessários para prevenção de doenças.
O 1º LIRAa de 2025, realizado entre 17 e 27 de março, apontou um índice de infestação predial do Aedes aegypti de 2,2%; o 2º LIRAa, executado entre 30 de junho e 10 de julho, indicou um índice de 1,4%; e o 3º LIRAa, de 8 a 19 de setembro, apontou 1%.
Entre os índices de 1% a 3,9%, o LIRAa indica Médio Risco para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, que vem sendo mantido em Manaus desde 2012.
O LIRAa também identifica o número de bairros de alto, médio e baixo risco. No 1º LIRAa de 2025, 22 bairros foram considerados em alta vulnerabilidade; no 2º, houve a identificação de dois bairros em alto risco. Já no 3º, 35 bairros estavam em baixo risco e 28 em médio risco, sem registro de bairros em alto risco.
“O LIRAa tem sido importante porque consegue direcionar as ações para os bairros que realmente precisam de intervenção para evitar surtos das doenças. Este ano, estamos tendo uma redução de casos de dengue e zika, com aumento dos casos de chikungunya, em comparação com o ano passado, mas ainda dentro do esperado”, informou Alciles Comape.
Criadouros
O último LIRAa realizado em Manaus identificou que os depósitos que mais contribuíram para a proliferação Aedes aegypti foram os depósitos móveis, como vasos, frascos com água, pratos, pingadeiras e bebedouros, que representaram 35,2% dos criadouros encontrados nos imóveis. Os depósitos do tipo de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas, representaram 28,4%.
Os depósitos do tipo, lixo recipientes (garrafas, latas e ferro velho) apresentaram resultado de 21,2% do total.
Acompanhando a ação no bairro Cidade Nova (zona Norte), a diretora do Distrito de Saúde (Disa) Norte, Paola Oliveira Santos, alertou para a importância do envolvimento da população nas ações de controle do Aedes aegypti, colaborando na eliminação de possíveis criadouros dentro dos imóveis.
“Junto com o levantamento do índice de infestação no LIRAa, os agentes de saúde atuam orientado sobre as formas de prevenção. Com o resultado do índice de infestação, os agentes continuam o acompanhamento, em especial nos bairros identificados como mais críticos, reforçando o trabalho de educação em saúde junto aos moradores e de controle vetorial”, afirmou Paola Santos.
A aposentada Lúcia Marília Pereira, moradora do bairro Cidade Nova, recebeu uma equipe de agentes de saúde para a vistoria do imóvel nesta quarta-feira, 5/11, e contou que contraiu dengue duas vezes, há mais de 18 anos, e por isso entende a importância de manter as ações de prevenção.
“Também já tive malária, mas dengue é muito pior. Tive febre e muita dor no corpo. Eu sempre procuro manter meu terreno limpo. É um terreno grande, de 11 por 35 metros, e uma vez por mês pago alguém para limpar e não deixar crescer mato, também mantenho sempre a limpeza para não acumular água. A prevenção é sempre melhor”, alertou Lúcia Marília.
Casos
Entre janeiro e 29 de outubro de 2025, Manaus registrou 1.063 casos confirmados de dengue, em uma redução de 56,9% em comparação com 2024, quando foram 2.469 casos da doença.
Este ano, o município também registrou 12 casos confirmados de zika e 81 de chikungunya. No ano passado, foram 25 casos de zika e dez casos de chikungunya.





































































