A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), alerta a população acerca dos cuidados de prevenção e controle da doença mão-pé-boca (MPB), enfermidade de alto contágio que acomete principalmente as crianças com menos de cinco anos de idade e lactantes.
A titular da Semsa, Shádia Fraxe, acentua que a frente de combate à doença é a higiene. Ações como lavagem das mãos, limpeza e boa ventilação dos ambientes devem ser fortalecidas.
“A palavra-chave para o combate da doença pé-mão-boca é a higiene. A lavagem das mãos na troca de fraldas, por exemplo, é fundamental, porque o vírus pode ser eliminado nas fezes mesmo após a cura dos sintomas. Outro ponto importante é limpar a superfície dos objetos, brinquedos, paredes, interruptores, maçanetas, mesas, cadeiras e outros que podem entrar em contato com as secreções das pessoas doentes. Essa limpeza pode ser feita com uma colher de sopa de água sanitária diluída em quatro copos de água limpa”, orienta.
Além da atenção na troca de fraldas, a higienização das mãos deve ser adotada após assoar o nariz, tossir e espirrar, para evitar a disseminação da doença. Cuidados esses, que devem ser seguidos também por quem cuida de uma pessoa com a doença.
As diretrizes sobre a MPB estão reunidas na Nota Informativa 004/2025, que reúne orientações e cuidados. Embora não seja grave, a MPB, representa um risco para quem frequenta ambientes fechados como escolas e creches, que favorecem a disseminação rápida dos vírus da família Picornaviridae.
Ao retirar o papel estratégico da higienização, a gerente do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) Manaus, Graziela Andrade das Neves, aconselha um cuidado especial àqueles objetos difíceis de serem limpos, como é o caso das pelúcias, que precisam ser retirados dos ambientes durante a ocorrência de um surto (quando vários casos da doença se manifestam).
“Essas condutas são fundamentais porque, embora geralmente seja uma doença leve, em alguns casos, ela pode evoluir para complicações mais graves. Além disso, pode impactar significativamente a rotina escolar, seja pelo afastamento da criança durante o período de convalescença ou pela ocorrência de surtos no ambiente escolar, considerando sua rápida transmissão”, enfatiza.
Outros cuidados importantes para evitar a transmissão da doença incluem não compartilhar objetos de uso pessoal, como mamadeiras, talheres, copos e toalhas. Também é essencial trocar e lavar diariamente as roupas comuns e de cama das pessoas doentes, especialmente quando houver presença de secreções ou lesões na pele, que podem aumentar o risco de contágio, orienta Graziela.
As demais medidas incluem evitar tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos sujas, não soprar alimentos (atitude comum quando adultos alimentam uma criança), manter pessoas com sintomas afastadas do trabalho ou da escola, e evitar aglomerações até que os sinais da doença desapareçam, o que geralmente ocorre entre cinco e sete dias após o início dos sintomas.
Transmissão
A transmissão da doença mão-pé-boca, ocorre tanto de pessoa para pessoa, quando de forma indireta, por meio do contato com secreções respiratórias, das lesões e fezes, daí o reforço no descarte correto das fraldas que devem ser descartadas em lixeiras com tampa. O período do contágio contempla desde o período de incubação (de 3 a 6 dias) a algumas semanas depois que a infecção se instalou no organismo.
Os vírus da doença mão-pé-boca normalmente habitam o sistema digestivo e podem provocar estomatites, um tipo de afta que acomete a mucosa da boca. O nome da doença, inclusive, se deve ao fato de que as lesões aparecem comumente nas mãos, nos pés e na boca.
As principais manifestações clínicas são febre, erupções cutâneas nas mãos, pés e nádegas, úlceras na mucosa oral e ao redor da boca que causam muita dor. Há casos em que evoluem para lesões bolhosas disseminadas. Essas lesões são avermelhadas, não coçam e podem conter vírus tanto na secreção, quanto crostas que surgem no processo de cicatrização.
Mal-estar, falta de apetite, vômitos, diarreia, salivação excessiva e dificuldade de engolir por causa da dor, que pode gerar desidratação, são outras manifestações que requerem atenção.
Tratamento
O tratamento da MPB é baseado nos sintomas apresentados pelo doente e abrange o uso de analgésicos e antitérmicos, higiene das lesões. O repouso e a ingestão de líquidos também são recomendados.