A rede de saúde do município já realizou 1.027 tratamentos preventivos para tuberculose no ano de 2025. Ofertado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), o tratamento preventivo é direcionado para pessoas diagnosticadas com a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, mas que não apresentam ainda a tuberculose ativa.
A chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeira Eunice Jácome, explica que o tratamento preventivo da tuberculose é recomendado após a realização do teste tuberculínico ou PPD (derivado proteico purificado), que detecta a infecção pelo bacilo da tuberculose e está disponível em 55 unidades de saúde.
“O teste avalia se a pessoa já teve contato com o bacilo da tuberculose, mesmo que não apresente sintomas da doença. O objetivo desse teste específico não é diagnosticar a tuberculose ativa, mas sim a infecção, que é quando a bactéria está no organismo, porém ‘adormecida’, sem causar doença”, informa Eunice Jácome.
A enfermeira destaca ainda que uma das prioridades no combate à tuberculose tem sido a ampliação da rede de diagnóstico para a realização do teste tuberculínico. Em 2023, o município contava com apenas 16 unidades de saúde disponibilizando o exame, o que vem sendo ampliado a cada ano para facilitar o acesso da população ao serviço.
Em 2024, a Semsa conseguiu registrar 2.250 tratamentos preventivos, sendo que, nesse mesmo ano, foram realizados 8.968 exames de teste tuberculínico. Já em 2025, de janeiro a julho, foram realizados 6.243 exames para identificar a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis.
Eunice Jácome reforça que se o teste tuberculínico apresentar o diagnóstico por infecção pelo bacilo que causa a tuberculose, é realizada inicialmente a investigação para saber se o paciente já desenvolveu a doença ativa. Descartando a tuberculose ativa, é necessário tratar a infecção pelo bacilo.
“Quando há apenas a infecção, significa que organismo do paciente vem conseguindo lidar com o bacilo e evitar a manifestação da tuberculose ativa. Mas, no caso de o paciente apresentar algum comprometimento no sistema imunológico no futuro, a infecção vai se tornar doença ativa. Por isso, o tratamento preventivo é tão importante”, alerta Eunice Jácome.
Para a realização do teste tuberculínico, o procedimento é simples: uma pequena quantidade da substância PPD é injetada abaixo da pele do antebraço. Após 48 a 96 horas da aplicação, o paciente deve retornar à unidade de saúde onde o teste foi feito para a leitura do resultado. O profissional de saúde irá verificar se há presença de reação (endurado local), e se houver, irá medir o tamanho e interpretar o resultado.
O teste é especialmente indicado para pessoas que convivem com alguém com tuberculose ativa, de forma íntima e prolongada, além de pessoas que vivem com HIV/Aids ou outras condições que afetam a imunidade. Também deve ser realizado para avaliação do paciente antes de iniciar uso de medicamentos que afetam a imunidade.
“Além de permitir detectar a infecção e iniciar o tratamento preventivo, protegendo a saúde do paciente, o teste tuberculínico é fundamental por contribuir com a quebra da cadeia de transmissão da tuberculose na comunidade. A estimativa é que uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento, pode infectar dez outras pessoas durante o período de um ano”, aponta Eunice.
O tratamento preventivo da tuberculose dura três meses, com medicamentos administrados em dose semanal. No caso de tuberculose ativa, o tratamento dura pelo menos seis meses.
Tuberculose
Doença infecciosa e transmissível, a tuberculose é causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões. O principal sintoma é a tosse e, por isso, a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas. Outros sintomas são febre vespertina, sudorese (suor) noturna; e emagrecimento.
Este ano, Manaus já registrou 1.826 casos novos de tuberculose ativa. Em 2024, foram notificados 3.128 casos novos no município.
A transmissão da doença ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
