Parceria resultará em pesquisa sobre deficiência genética com influência no tratamento da malária

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Gestores, representantes de escolas e assessores das Divisões Distritais Zonais (DDZs), da Secretaria Municipal de Educação (Semed), participaram na última sexta-feira, 12, de um encontro com pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical (FMT) para confirmar a parceria entre as escolas e a fundação para o levantamento de dados sobre a G6PD, uma deficiência genética mais comum em homens e que tem repercussão no tratamento da malária.

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O projeto é inédito no Estado do Amazonas. Além de Manaus, outros 46 municípios da Amazônia Brasileira passarão pela pesquisa. De acordo com o professor e pesquisador da FMT, Wuelton Monteiro, o projeto é financiado pelo Ministério da Saúde e conta com a parceria da Semed, com 32 escolas, escolhidas pelas zonas com maior incidência de contaminação da malária. As unidades escolas receberão os pesquisadores para fazer o levantamento sobre o número de meninos que podem ter a deficiência G6PD.

“Este projeto visa estimar na Amazônia brasileira a prevalência da deficiência G6PD. O indivíduo que apresenta a deficiência fica impossibilitado de tomar a Primaquina, que é um medicamento que faz a cura radical da malária, pois ele pode ter uma anemia grave, que pode evoluir para uma insuficiência renal e até para o óbito. Sendo assim, quem tem a deficiência não terá a cura total e pode um dia ter uma recaída. Temos que conhecer o quanto de deficiência G6PD temos no Amazonas, para que possamos informar aos gestores de saúde os riscos que essa população está correndo”, informou.

Nas escolas de Manaus devem ser analisados cerca de dois mil meninos. Em toda a Amazônia brasileira, esse número deve ser de mais de 15 mil.

“A pesquisa vem para ajudar a encontrar soluções para minimizar a doença em Manaus e nossos alunos destas áreas específicas já tiveram ou alguém da família já teve malária, por isso é importante que eles tenham essa orientação”, explicou Lourdes Souza, que trabalha na Gerência de Atividades Complementares (Gacpe) da Semed.

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Além do projeto para a redução da malária no Brasil, a Fundação de Medicina Tropical (FMT) fará um trabalho inédito em Manaus, de forma conjunta, para saber se a cidade é ou não endêmica à Filariose Linfática, conhecida como Elefantíase.

De acordo com a pesquisadora da Gerência de Parasitologia da FMT, Marilaine Martins, Manaus não tem caso diagnosticado confirmado da doença há 60 anos e o projeto tem o objetivo de obter essa confirmação. As amostras também serão feitas nas escolas, com crianças de 6 a 10 anos.

A pesquisadora destacou a parceria da Semed com as pesquisas da FMT.

“As escolas têm um envolvimento com a comunidade e reúnem o nosso público-alvo, que são crianças de 6 a 10 anos. Nós, há muito tempo, não temos o diagnóstico dessa doença confirmada, mas como a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem como meta eliminar a Filariose no mundo até 2020, nós vamos fazer esse levantamento em Manaus”, informou.

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