Ópera ‘Acis and Galatea’ celebra amor entre deusa e mortal no Teatro Amazonas 

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Foto: Amanda Aparicio

Espetáculo foi marcado por estreias de artistas no 21º Festival Amazonas de Ópera

A ópera barroca Acis and Galatea, de Georg Friedrich Händel, baseada em um mito grego, com libreto de John Gay, e adaptação para a mitologia amazônica, encantou o público com a história de amor entre uma divindade e um mortal no Teatro Amazonas, no domingo (13/05), durante o 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO). A noite também foi marcada pela estreia de artistas no festival.

O FAO 2018 é uma realização do Governo do Amazonas com patrocínio do Bradesco Prime – que celebra 10 anos de parceria com o festival –, incentivo do Ministério da Cultura (Minc) por meio da Lei Rouanet; além do apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e da Aliança Francesa.

O espetáculo teve 1h30 de duração e, em dois atos, conta a história da ninfa semi-divina Galatea e do pastor Acis, que têm seu amor interrompido pelos ciúmes do ciclope Polifemo. Na montagem para o FAO, que teve concepção cênica do cineasta Sérgio Andrade, Galatea se tornou Iara, mãe d’água, Polifemo é um mapinguari e o pastor Acis é um ribeirinho.

A noite de domingo também contou com várias estreias, como explicou o cravista e diretor musical adjunto da ópera, Átila de Paula. “É um prazer enorme apresentar pela primeira vez, junto ao maestro Marcelo de Jesus, uma ópera barroca no FAO, e, em especial, esta obra que celebra a beleza o amor em seu mais alto degrau”, disse.

“Temos muito orgulho de trabalhar com o Grupo Vocal do Coral do Amazonas (GVCA), que é um coral semiprofissional e estreou no Festival esta noite, além de que foi um prazer realizar a primeira ópera  no papel de protagonista da cantora Amanda Aparício. Estamos todos com energia de ‘primeira vez’ e só temos a agradecer a todos que participaram desta bela produção”, comentou Átila de Paula.

O maestro e diretor musical Marcelo de Jesus destacou a importância que o Festival tem para inovação do material artístico humano na cidade e explicou o conceito de “laboratório” ou “escola” de ópera barroca.

“Estou muito feliz porque foi um trabalho de dois meses, e fazer uma ópera barroca exige um outro tipo de trabalho, super refinado e rebuscado, pois temos que colocar vários ornamentos e isso precisa ser orgânico”, disse. “Trabalhamos com o GVCA que não recebe bolsas, mas sim aulas de teoria musical e canto com o professor Juremir Vieira e com o maestro Bruno Nascimento. Eles puderam se espelhar e ter como suporte profissional a Orquestra de Câmara do Amazonas. Além disso, tivemos a participação dos solistas do Madrigal Ivete Ibiapina e também do Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas, composto por bolsistas e que está renovado após o concurso realizado este ano. Estamos felizes porque deu certo para nós e principalmente para o público”, afirmou o maestro. 

Solistas – Interpretando a ninfa semi-divina Galatea, a soprano amazonense Amanda Aparício, que já foi semifinalista no concurso de Canto Lírico Maria Callas, em São Paulo, e entrou neste ano no Coral do Amazonas, fez o seu primeiro papel-título no FAO, que, junto ao tenor Anibal Mancini (Acis), ao baixo Murilo Neves (Polifemo) e à soprano Mirian Abad, arrancaram aplausos da plateia.

“O legal de fazer esse papel é que Polifemo é um ciclope da mitologia grega e nesta montagem foi transportado para mitologia amazônica, em forma de mapinguari. Acho interessante mergulhar nessa cultura e trazer uma ópera tão antiga para mais perto da nossa realidade”, explicou Murilo Neves.

O tenor Aníbal Mancini disse que já cantou em concertos no Teatro Amazonas, mas que esta também foi sua primeira vez participando do Festival Amazonas de Ópera. “Foi uma experiência maravilhosa cantar com a OCA, sob regência do maestro Marcelo de Jesus, é realmente muito gratificante”.

Público – Prestigiando o espetáculo, o presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, Ronaldo André Brasil, destacou a importância de oferecer acesso ao Teatro Amazonas a todos amazonenses e turistas com deficiência. “Sinto-me privilegiado por assistir à esta ópera e também por presenciar os recursos de acessibilidade que são oferecidos no Teatro. É importante dar conhecimento disso a todos da nossa cidade e também para os visitantes de outros lugares”.

O estudante de música da Universidade Federal do Amazonas, Igor Brito, contou que assistir à “Acis and Galatea” foi uma experiência marcante. “O professor Bruno Nascimento nos trouxe (alunos do curso) para assistir a alguns ensaios da Ópera e vimos desde o início como é o processo de montagem do espetáculo, a construção do coral e a junção da orquestra e do Balé. É muito satisfatório e empolgante ver o resultado final deste trabalho”.

“Acis and Galatea” ainda terá reapresentações nos dias 17 e 19 de maio, às 20h, no Teatro Amazonas.

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