A primeira sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso foi marcada por manifestações em defesa da democracia e da soberania nacional. No entanto, dos onze ministros da Corte, apenas três se pronunciaram em apoio direto ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos na última quarta-feira (30).
Ficaram em silêncio André Mendonça, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Nunes Marques e Luiz Fux. Entre eles, alguns já haviam se manifestado anteriormente como Gilmar Mendes e Dino, mas evitaram reiterar publicamente o apoio durante a sessão plenária.
Apesar do silêncio no STF, a ministra Cármen Lúcia destacou, em sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que Moraes será lembrado pela atuação nas eleições de 2022.
Na noite anterior, uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula também evidenciou distanciamento: seis ministros não compareceram à foto oficial, que visava demonstrar unidade institucional após as sanções dos EUA.
Durante a sessão, Moraes prometeu ignorar as medidas norte-americanas, baseadas na Lei Magnitsky, e reiterou que manterá o cronograma de julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e de demais investigados por tentativa de golpe ainda neste ano.
Barroso, presidente do STF, destacou que a Corte atuará com base nas provas e sem interferências externas. Já Gilmar Mendes criticou diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e alertou para os riscos de ataques sistemáticos às instituições.
Na justificativa para a sanção, o Departamento do Tesouro dos EUA acusou Moraes de censura, perseguição política e violações de direitos humanos. Segundo o governo americano, o ministro seria responsável por uma “campanha opressiva” contra opositores, incluindo o ex-presidente Bolsonaro.