No mês das férias, PCDs participam de colônia e atividades de socialização

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Se cuidar de um filho autista já é uma missão difícil no dia a dia, o que dizer de uma mãe que possui dois filhos autistas? Esta é a realidade de Claudiane Rodrigues, 30, mãe de Adonay Jorge Rodrigues, de 12 anos, e Adam Braiam, de 9 anos. Sem contar com o apoio do marido, que a abandonou após descobrir que o segundo filho também iria precisar de atenção especial, Claudiane precisou reorganizar sua rotina para que pudesse dar conta das particularidades de cada um.

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Esta semana, o trio deixou a rotina de lado para participar da 1ª Colônia de Férias para Pessoas com Deficiência (PCDs), realizada na Minivila Olímpica do Coroado, zona Leste. O local é um dos espaços do município com atividades semanais destinadas aos PCDs e lançou a colônia de férias como alternativa de lazer para o mês de janeiro, quando as crianças estão longe da sala de aula e precisando de atividades. Dela participam autistas, deficientes visuais, físicos e auditivos, além de pessoas com paralisia cerebral.

Acompanhadas por equipes de apoio formadas por enfermeiros, professores de educação física, pedagogos e psicólogos, as 90 crianças participam de atividades na água, em quadra e com circuito adaptado. Entre uma atividade e outra, quem precisa descansar contar com uma sala pedagógica e várias atividades educacionais. Uma parceria com o Pedala Manaus também garante às crianças bicicletas para pedalarem pela minivila.

Participando das atividades junto aos dois filhos, Claudiane explicou sobre os benefícios com a colônia. “Eu dou graças a Deus por ter meus filhos, porque eles me ensinaram a viver. Com eles eu aprendi a amar e a me amar também, pois sei da minha importância na vida deles. Dentro das dificuldades particulares de cada um, eu sei me comunicar com os dois até pelo olhar. Trazendo meus filhos para a colônia de férias, sei que estão em um lugar seguro, se divertindo acompanhados por profissionais preparados” destacou.

Dentre as atividades oferecidas na colônia, o aulão de ritmos proporciona ainda mais interação entre pais e filhos. As mães participam junto às crianças dançando e experimentando cada movimento.

Ideia virou realidade

Francileide Souza, 34, é a mãe de Maria Eduarda, de 8 anos. Autista, ela foi uma das mães que juntamente com a prefeitura idealizou e ajudou na organização do projeto da colônia de férias. “É a primeira vez que existe uma colônia de férias oferecida pelo poder público. Estamos muito felizes por termos contribuído com essa iniciativa, por termos encontrado pessoas que topassem entrar nessa caminhada conosco. Trabalhar com estas crianças, oferecer atividades a elas não é fácil. É preciso ter uma equipe multidisciplinar de apoio”, lembrou.

A mãe comentou que além das dificuldades já enfrentadas no dia a dia, pais de crianças com autismo ainda precisam lidar com o preconceito que existe em parte da sociedade. “Passamos por diversas situações com as quais precisamos desenvolver um bom jogo de cintura. Um simples passeio em shoppings centers pode se transformar em transtorno. O próprio barulho do shopping para eles incomoda, a luz e muitas vezes somos convidados a sair dos centros de compras. Muitas vezes não conseguimos ser atendidos com prioridade. Há inúmeras pessoas que ainda olham para nossos filhos com cara feia. E quando temos um espaço como esse (a colônia da minivila olímpica), nos sentimos em casa, à vontade” explicou.

Suporte

O apoio encontrado de profissionais na colônia de férias foi para Rosangela Benevides, 49, mãe de Gabriele Benevides de 9 anos, um dos pontos mais importantes na programação. A filha foi diagnosticada inicialmente com retardo mental e paralisia cerebral, mas depois de um tempo, os médicos perceberam que se tratava de autismo, o que requer uma atenção maior para Gabriele.

“Em uma das crises que minha filha teve na colônia, todos me ampararam com muito profissionalismo e aos poucos ela foi se acalmando”, lembrou.

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Atividades em diversos espaços

Além da Colônia de Férias, o município vem desenvolvendo diversas atividades destinadas a PCDs em seus espaços. Às quartas e sextas-feiras, há ginástica rítmica no Centro de Esporte e Lazer do Eldorado, às terças, quintas e sábados, há natação no Centro Social Urbano (CSU) do Parque 10 e na própria Minivila Olímpica do Coroado,  além da natação, há o futebol surdo/mudo e futebol para os cegos, além de uma série de atividades funcionais. Tudo isso é uma forma de ajudá-los na socialização” explicou o secretário municipal de Juventude, Esporte e Lazer, Sildomar Abtibol, acrescentando que a ideia é ampliar ainda mais as atividades.

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