No Amazonas, 28 municípios recebem delegados de carreira pela primeira vez

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Delegados – Christiano Castilho e Juan Carlos de Souza. FOTO – Michael Dantas / AGECOM

Vinte e oito municípios do Estado já podem contar, pela primeira vez, com delegados de carreira em reforço à estrutura da Polícia Civil do Amazonas no interior. Os novos delegados fazem parte da turma de 89 servidores aprovados no último concurso realizado pelo Governo do Amazonas e que foram nomeados em abril.

Com a nomeação dos novos delegados, o Governo do Amazonas passará a dispor desses servidores em todos os municípios do Estado. Entre as cidades que recebem delegados de carreira pela primeira vez estão Apuí, Barreirinha, Ipixuna, São Sebastião do Uatumã e Boa Vista do Ramos, esse último distante 271 quilômetros de Manaus e para onde foi, na última semana, o delegado Juan Carlos de Souza Valério.

De acordo Juan Carlos, o primeiro trabalho a ser feito na cidade é o de reconhecimento da população. “Espero que eu possa atender os anseios da comunidade. Quero me aproximar da população, das lideranças, procurar fazer parte da comunidade e entender seus problemas”.

O novo delegado, que anteriormente já atuava na Polícia Civil como investigador, pretende fixar raízes no município e já planeja a mudança da família. Casado há pouco mais de três anos, ele explicou que durante os primeiros meses vai se estabelecer na cidade e depois providenciar a ida da esposa, que permanecerá em Manaus nesse período.

Segundo o governador José Melo, a contratação de novos delegados, aprovados em concurso, faz parte da nova política de segurança pública do Estado, que intensificou os investimentos na área, tanto em pessoal quando em infraestrutura, e implantou o Ronda no Bairro. O orçamento do Governo Estadual para a segurança pública saltou de R$ 600 milhões em 2010 para mais de R$ 1 bilhão nos anos seguintes.

Com os investimentos, na Polícia Civil o número de servidores saltou de 1.437 para 2.235. Somente a categoria de delegados passou de 153 para 341. Antes do reforço, o trabalho de investigação no interior do Estado era conduzido por “chefes de delegacia”, policiais civis ou militares, muitos bacharéis em Direito, e com vasta experiência na área, que trabalhavam para suprir as necessidades dos municípios.

Reforço – Inicialmente, 48 municípios serão contemplados com 76 dos 89 novos servidores. Os demais serão lotados até o segundo semestre em delegacias do interior. Até o a semana passada, 28 municípios já contavam com a presença de 48 novos profissionais.

Cinco municípios, em que serão instituídos plantões, contarão com um maior efetivo de autoridades policiais, como Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), onde foram lotados cinco delegados; Manacapuru (a 68 quilômetros) contará com o reforço de seis delegados; Itacoatiara (a 176 quilômetros) irá receber quatro delegados; Humaitá e Parintins (a 590 e 369 quilômetros, respectivamente), irão dispor de mais dois delegados, cada.

Genilson Parente Arruda é outro delegado que iniciará a carreira no interior do Estado. Titular da 56ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), em Jutaí, município da calha do Alto Solimões, ele destaca a proximidade com os países que fazem fronteira com o Brasil como Colômbia e Peru e, consequentemente, o tráfico de drogas, como os maiores desafios desse início de carreira como delegado.

“A cidade é rota de tráfico de drogas. As ocorrências estão associadas ao tráfico, que acaba incidido sobre a violência e em pequenos furtos, mas tenho boas expectativas de fazer um bom trabalho, dar mais qualidade aos procedimentos policiais lá feitos, auxiliando o Ministério Público”.

Formação – Durante três meses e meio, os então alunos-delegados participaram de intensas atividades no curso de formação, que segue a matriz curricular nacional. A preparação deles contou com a aplicação de disciplinas teóricas e práticas com embasamento nas áreas que envolvem o ser humano e conflitos, valorização profissional e saúde do trabalhador, práticas reflexivas da profissão, cultura investigativa, segurança pública e violência.

O curso foi realizado no Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública (IESP – Campus de Ensino 2), na zona norte da cidade, e posteriormente os discentes iniciaram um estágio supervisionado nas delegacias da capital e na Região Metropolitana do Estado para vivenciarem o dia a dia da profissão.

A formação contou com o apoio de profissionais especialmente escolhidos para a finalidade, que ministraram as aulas durante todo o período. Dentre eles, delegados e peritos da Polícia Civil, professores universitários e membros do Corpo de Bombeiros, cada um trabalhando disciplinas nas quais têm experiência.

Normas da Polícia Civil – Durante o período de formação, cada aluno-delegado recebeu um exemplar do compêndio de normas da instituição. O livro contém as portarias normativas da Polícia Civil e as leis que regulamentam o Sistema de Segurança Pública do Estado. Na ocasião, o delegado geral da PCAM, Josué Rocha, destacou que foi a primeira vez que uma turma de candidatos à titularidade é contemplada com o material durante o curso de formação.

“Tivemos a preocupação de prepará-los adequadamente. É importante que eles conheçam as normas da instituição porque vão comandar uma equipe. Caso, em algum momento, surgirem dúvidas, eles poderão recorrer ao nosso compêndio de normas. A experiência, é claro, vai ser adquirida no dia a dia da delegacia e na convivência com as pessoas, mas pelo menos vão ter uma ferramenta em mãos para auxiliá-los”, frisou.

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