“Não tem sentido celebrar a Eucaristia num modelo de espiritualidade intimista” diz Cardeal da Amazônia Dom Leonardo Steiner

SOCORRO MAIA – MTB – 1370/AM – JORNAL VOZ DA AMAZÔNIA – EDIÇÃO Nº 4
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Foto: Arquidiocese de Manaus

MANAUS – No período de 11 a 15 de novembro, foi realizado o 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), um dos eventos mais importantes da Igreja Católica do Brasil e no mundo, que aconteceu na Arquidiocese de Olinda-Recife, com mais de 140 expositores, e mais de 200 bispos e mil sacerdotes foram escritos.  O Congresso Eucarístico ocorre de quatro em quatro anos. O evento traz como tema “Pão em todas as mesas” e lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles”.

O primeiro momento espiritual aconteceu na sexta-feira (11.11), quando os bispos se reuniram na catedral Metropolitana da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), onde rezarem não somente pelo êxito do congresso, mas também pela vida da igreja em todo o Brasil.

O Cardeal da Amazônia e arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom Leonardo Steiner, disse que esperou esse momento para encontrar com Jesus na Eucaristia, “pão que se reparte para que haja pão em todas as mesas”. “É uma grande alegria e agradeço à Diocese de Olinda e Recife por nos receber e oferecer essa oportunidade para a Igreja no Brasil de novamente aprofundarmos e meditarmos a Eucaristia, tão importante na nossa vida de comunidade e nossa vida de igrejas particulares”. Afirmou Steiner.

Na oficina realizada no Auditório Tabocas no Centro de Convenções / Olinda –Dom Leonardo Steiner nos convidou a refletir em diferentes visões sobre o tema que abortou “A Eucaristia e as dimensões sacerdotais, proféticas e regia do Batismo”.

Durante a oficina Steiner lembrou do chamado da Lumen Gentium onde todos os homens são chamados a união com Cristo, luz do mundo, do qual vimos, por quem vivemos, e para o qual caminhamos” (Lumen Gentium, 3). O Cardeal apresentou sua reflexão ao “perceber a Igreja como Povo de Deus! Povo de Deus, visibilização do Reino de Deus, instaurado pela pregação, morte e ressurreição de Jesus. Somos recebidos no Povo de Deus pelo batismo. É no Batismo que fazemos parte de um povo sacerdotal, um povo de profetas e um povo régio”. A cabeça deste corpo é cristo, ele é a imagem de Deus.

Steiner falou sobre a importância da Palavra afirmando que “não é possível vivenciar a profecia se a assembleia não for acolhedora da Palavra e nela perseverar”, algo presente na Amazônia, “uma Igreja discípula da Palavra”, que se abre a diversas culturas, pessoas, religiões, “através de um diálogo respeitoso, que não se impõe e nem exclui ninguém”, pois “profecia e pluralidade não são categorias que se opõem, mas que se desafiam”.

Ao abordar o tema da oficina, o cardeal da Amazônia Steiner, destacou o “sacerdócio ministerial” como a participação no sacerdócio que Jesus conduz à vivência deste amor até o fim, presente em todo batizado, e que faz parte do triple múnus do Batismo, onde recebemos a missão de ensinar, santificar e cuidar, reunindo o seu povo servindo e praticando a caridade, atuando como profetas, sacerdotes e reis. Cristo nos dá a graça de participarmos de sua missão.

Refletindo sobre o chamado do Documento Final do Sínodo para a Amazônia, o cardeal enfatizaque: “prover este ministério buscando respostas fora da comunidade que é sacerdotal!”. Para Steiner “não tem sentido celebrar a Eucaristia num modelo de espiritualidade intimista.

 

 

Falando da igreja na Amazônia Dom Leonardo afirma que “a luta pelo direito dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, torna-se um imperativo para a Igreja que não pode estar menos comprometida, chamada a escutar os clamores do povo e exercer com transparência seu papel profético”.

O encerramento aconteceu com a Celebração Eucarística e procissão com o Santíssimo Sacramento no dia 15 de novembro, no Marco Zero de Recife – PE.

 

O congresso teve uma extensa programação, o evento mobilizou milhares de pessoas de diversas regiões do Brasil, entre bispos, presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas e fiéis leigos.

Representando o Papa Francisco, Dom Antônio Marto, presidiu a Santa Missa de encerramento pelo Legado Pontifício do evento.Durante a sua homilia, o cardeal afirmou que a Eucaristia, Pão vindo do céu, existe para saciar as mais diversas fomes existentes na humanidade, sobretudo a da desunião. “Jesus escolhe ser Eucaristia, permanecer em nosso meio, estar na nossa vida e saciar as nossas fomes que são as violências, as desigualdades, as desuniões”.

O cardeal Marto, inaugurou a Casa do Pão, no centro de Recife, oferecendo o café da manhã para a população de rua. Na ocasião, foi proclamado o Evangelho de Mateus, 25,31-46 (o Banquete do Reino, no qual Cristo se coloca na pessoa dos mais necessitados). A casa do pão ofertará alimentação, roupa lavada, descanso, banho, e assistência espiritual e psicologica às pessoas em situação de vulnerabilidade, de modo especial aos que vivem nas ruas de Recife. A iniciativa visa ser uma continuidade do CEN, que frutifica em vários âmbitos da vida eclesial, já no primeiro dia atendeu cerca de 2000 pessoas.

 

Ao final da peregrinação devocional,  os fiéis receberam a benção do Santíssimo Sacramento, última atividade do 18º Congresso Eucarístico Nacional.

 

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