Na festa de 30 anos do Bumbódromo de Parintins, Garantido e Caprichoso buscam mais um feito importante para a história dos bumbás

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O Festival Folclórico de Parintins encerra, neste domingo (1º de julho), com o embate final entre Caprichoso e Garantido. Palco da batalha, o Bumbódromo completa 30 anos na edição desse ano, acirrando ainda mais a disputa entre os bois. Levar o campeonato em 2018 representaria mais um feito importante para a história dos bumbás.

Foi no primeiro governo de Amazonino Mendes (1987-1990) que as obras do Bumbódromo de Parintins tiveram início. Inaugurado oficialmente no dia 29 de junho de 1998, o local representou um divisor de águas tanto para o Festival quanto para a cidade de Parintins, chamando a atenção do mundo para o espetáculo apresentado pelos bois na Arena.

Para contar um pouco da história do Bumbódromo, ninguém melhor do que “Seo” Ray Viana, que por 20 anos trabalhou como administrador do local. Emocionado e cheio de orgulho do período dedicado ao templo dos bumbás, ele fala da importância da obra. “A identidade cultural do nosso estado são os bois de Parintins, essa arte e beleza plástica que o nosso povo constrói. Graças a este anfiteatro estamos fazendo esse espetáculo de nível internacional. O progresso de Parintins se deve ao embalo dessa festa centralizada no famoso Bumbódromo”, afirma “Seo” Ray.

Ele conta que o Bumbódromo, cujo projeto inicial foi do arquiteto Paulo Arcanjo, só passou para a responsabilidade do Governo do Estado, em 5 de julho de 1991. Antes, quem administrava era a própria empresa que o construiu. “Tenho a portaria do segundo governo Amazonino Mendes, que me nomeou administrador do Bumbódromo. Sempre trabalhei de graça, sem nenhum ônus tanto para o Governo do Estado quanto para a Prefeitura de Parintins, mas com responsabilidade total do meu trabalho. O detalhe é que nunca tive um auxiliar, nenhum vigia sequer. A estrutura eram três pessoas: eu de manhã, eu de tarde, eu de noite”, brinca o ex-presidente do Boi Caprichoso.

O acúmulo de funções, no entanto, nunca foi um problema para “Seo” Ray Viana. “Eu tinha responsabilidade. Era presidente do Caprichoso e ia fazer só pelo Caprichoso? Não. O nome da cidade e o povo de Parintins estavam em jogo. Jamais, como presidente do Caprichoso e administrador do Bumbódromo, alguém do Garantido chegou para dizer que eu estaria fazendo alguma coisa só para lado do Caprichoso e não para a festa”, fala emocionado o ex-administrador do Bumbódromo.

Bumdódromo tremeu – Entre as histórias curiosas contadas por “Seo” Ray Viana, está a de que as galeras dos bumbás fizeram tremer, literalmente, as estruturas da Arena, na segunda noite de apresentação dos bois, após a inauguração do Bumbódromo, o que preocupou as autoridades responsáveis.

“A estrutura balançou demais. Foi visto que a estrutura metálica tinha cedido lateralmente com o balanço das galeras, aproximadamente 75 centímetros. As lâmpadas dos corredores vieram abaixo. Isso preocupou demais. A partir da noite seguinte diminuíram a entrada de pessoas no Bumbódromo e os bois pediram que suas galeras evitassem vibrar demais”, relembra “Seo” Ray Viana.

Quem compartilha dessa história, é o ex-levantador e apresentador do Boi Garantido Paulinho Faria. “Tinha uma toada do Garantido que falava ‘balanceou, balanceou’, do Fred Góes. Ela balançou literalmente a arquibancada. Quem projetou o Bumbódromo não imaginou que a galera fosse pular tanto, houve até um risco de desabamento na segunda noite. Depois reforçaram as estruturas”, lembra Paulinho Farias.

Importância da obra – Paulinho Farias exalta a iniciativa pela construção do Bumbódromo. “Parintins tem esse festival folclórico desde 1966. Os bois vinham crescendo e já havia a necessidade um espaço maior. Antes o espetáculo foi realizado em quadra, estádio de futebol e num tablado gigante. Para mim, foi uma obra importante que ajudou a divulgar a festa para o mundo inteiro”, afirma o ex-item do Boi Garantido.

A historiadora Odinéia Andrade lembra como a construção do Bumbódromo mudou os rumos do Festival Folclórico de Parintins. “Ele surgiu no momento que estávamos realmente precisando aquecer mais a nossa festa. Nós éramos um povo dono de uma cultura muito bonita, mas andarilhos, não tínhamos um local onde realmente pudéssemos nos apresentar”, recorda Odinéia.

“O governador Amazonino Mendes resolveu vir a Parintins assistir o Festival e sentou com o então prefeito de Parintins Gláucio Gonçalves. Ao lado dele, o Amazonino falou: vamos fazer um local apropriado para essa festa. Os dois sorriram, se abraçaram e disseram um sim que até hoje a gente agradece”, afirma a historiadora.

Presente no Festival Folclórico de Parintins deste ano, o governador Amazonino Mendes falou sobre a importância da obra. “O Bumbódromo homenageia um povo criativo, um povo inteligente. Em contrapartida, o povo enriquece esse Bumbódromo, que gera emprego e aciona a economia. Além de gerar empregos diretos e indiretos, o Bumbódromo lustra e dá brilho a essa criatividade que Deus deu ao povo de Parintins”, afirmou o governador do Amazonas.

 

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