MPAM denuncia colapso na saúde: Hospital de Medicina Tropical do Amazonas à beira do desabastecimento total

Grave crise de infraestrutura e falta de recursos comprometem o atendimento a pacientes com doenças infecciosas
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Foto: Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amazonas

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciou, após inspeção realizada nesta quarta-feira, 31/01, a crise no Hospital de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), ressaltando a falta de recursos financeiros que prejudicam a assistência a pacientes com doenças infecciosas como HIV/AIDS e Hepatites Virais.

Representantes da FMT-AM, durante inspeção feita pelas Promotorias de Justiça Especializadas na Defesa do Patrimônio Público e da Saúde, detalharam as dificuldades enfrentadas pela instituição. O diretor administrativo e financeiro, Flávio Azevedo de Lima, revelou que a falta de repasses desde agosto de 2023 já acumula uma dívida superior a 8 milhões de reais das contas de custeio, impactando o funcionamento e a oferta de serviços essenciais.

A promotora de Justiça, Cláudia Maria Raposo da Câmara, titular da 54ª Promotoria de Justiça da Saúde, expressou preocupação com a omissão do Estado do Amazonas, afirmando: “Não há dinheiro na unidade; ela sobrevive às custas de doações. É lamentável que o estado seja tão negligente com um hospital de referência.”

A situação se agrava com atrasos nos salários de terceirizados, falta de insumos básicos e problemas em equipamentos médicos, revelando uma crise generalizada na saúde do Amazonas. A falta de segurança, infiltrações e a interdição de leitos devido a problemas no sistema de refrigeração no Hospital de Medicina Tropical são apenas alguns dos sintomas dessa crise.

Foto: Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amazonas

De acordo com a Promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes, titular da 58ª Promotoria da Saúde, a situação é bastante alarmante, principalmente porque essa situação não se restringe apenas ao Tropical. “Já visitamos o Francisca Mendes, 28 de Agosto e Platão Araújo, e isso se estende a toda saúde do Estado. Atualmente, 70% dos exames de raio X do 28 de agosto só serão atendidos em casos graves”, enfatizou.

Foto: Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amazonas

A escassez de medicamentos essenciais, como os indicados na prevenção e tratamento de infecções por citomegalovírus (CMV), destaca a urgência da situação. O Promotor de Justiça Edinaldo Aquino Medeiros, da 77ª Promotoria de Patrimônio Público, alertou que qualquer surto poderia deixar o hospital incapaz de prestar atendimento.

Diante da gravidade, o MPAM anunciou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para diagnosticar irregularidades na saúde, requisitar informações às Secretarias de Estado da Saúde e da Fazenda e questionar as autoridades de vigilância sanitária. Em coletiva de imprensa, a Coordenadora do GT, Procuradora de Justiça Delisa Olívia Vieiralves Ferreira, cobrou uma resposta efetiva do Governo do AM, destacando a responsabilidade em prestar contas à população sobre o funcionamento das instituições de saúde geridas pelo Estado. O MPAM busca, primordialmente, uma resolução estadual, mas considera todas as possibilidades para solucionar a crise na saúde do Amazonas.

 

Com informação da Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Amazonas
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