A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro elevou o tom contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF) durante um ato político neste sábado (3/8) em Belém (PA). Em discurso inflamado, ela acusou o governo de “entregar as riquezas do país”, firmar alianças com “ditadores comunistas” e fez ataques diretos à figura do presidente: “irresponsável, mentiroso e cachaceiro sem-vergonha”, afirmou.
A manifestação, promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, reuniu centenas de pessoas na Estação das Docas. Vestidos de verde e amarelo, os participantes exibiam cartazes contra o governo federal e em apoio à pauta conservadora.
Michelle criticou duramente a política externa do governo, a aproximação com regimes autoritários e a recente tensão diplomática com os Estados Unidos. “Diplomacia nanica, desrespeitando o presidente Trump, falando em desdolarizar o dólar, É isso que virou o Brasil?”, questionou.
Sem citar nomes, a ex-primeira-dama também atacou o STF, acusando o Judiciário de cercear liberdades individuais e religiosas. Ela lembrou que o PT foi contra a nomeação de Alexandre de Moraes ao Supremo, mas hoje “o vê como aliado”. A fala ocorre dias após o ministro ser sancionado pelos EUA com base na Lei Magnitsky, acusado de censura e perseguição política.
A ausência de Michelle em atos bolsonaristas realizados em São Paulo no mesmo dia causou mal-estar entre aliados. A escolha de marcar presença no Pará foi explicada como “estratégica”. “O Norte precisa ser ouvido. É aqui que está o povo trabalhador, honesto e patriota”, declarou.
Ao fim do discurso, Michelle deixou no ar um aceno político: “Querem enterrar Bolsonaro, mas esqueceram que a semente já brotou no coração do povo”, disse, em tom que reforça especulações sobre uma possível candidatura em 2026.