Médicos afirmam que faltam sedativos em hospitais e pacientes intubados acordam

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Foto: Júnior Aguiar/Secom

 

Reportagem do G1  Pernambuco  nesta quinta-feira (8), destaca que a quantidade excessiva de pacientes  internados com Covid- 19 em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Pernambuco fez com que, segundo profissionais da saúde, começassem a faltar alguns medicamentos do “kit intubação”, usados para intubar e sedar pacientes em unidades de saúde. Em resposta a repostagem as Secretarias de Saúde de Pernambuco e do Recife negaram desabastecimento.

A afirmação é do  médico intensivista Arthur Milach, coordenador da UTI-Covid do Hospital de Referência Unidade Boa Viagem Covid-19 e do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, ambos no Recife, ele disse que por conta da situação, não é possível garantir que os pacientes ficarão totalmente inconscientes e, sem sedação, alguns pacientes acordam.

Ao G1  Arthur explicou que, quando acaba um certo tipo de sedativo, os hospitais algumas vezes levam de 48 a 72 horas para conseguir novas remessas.

“As medicações chegam, mas esse período que o paciente fica sem sedação é arriscado e alguns terminam acordando. A quantidade de sedação e o tipo têm que ser reavaliados constantemente”, explicou.

Segundo o Milach a escassez de medicamentos, também termina sobrecarregando os profissionais de saúde que trabalham na linha de frente da Covid-19.

“As equipes de enfermagem estão bastante treinadas e ficam próximas dos pacientes, monitorando para que não aconteça uma desintubação. Nesse momento, não é apenas o cansaço que conta, tem também o estresse. A gente precisa ficar a cada momento mais vigilante”, declarou o médico .

De acordo com a reportagem a taxa de ocupação de leitos de UTI em Pernambuco, na quarta-feira (7), estava em 97% na rede estadual e de 90% na rede privada. O médico intensivista Marçal Paiva Junior afirmou que os profissionais da área de saúde já imaginavam que a escassez de sedativos aconteceria por conta da alta no número de casos.

“Faltam algumas medicações comuns em pacientes intubados e precisamos substituir por outras que não são as melhores, que não são de primeira escolha. Em algumas situações, os pacientes podem ficar mal sedados”, disse Marçal Paiva Junior.

Ao G1  o farmacêutico hospitalar José de Arimatéa Rocha Filho, membro do Conselho Federal de Farmácia (CFF), explicou que a situação diz respeito principalmente a alguns bloqueadores neuromusculares (cisatracúrio, atracúrio e suxametônio), sedativos (midazolam) e anestésicos (propofol, cetamina). Ele afirmou que o desabastecimento é alto e acompanha a quantidade de internação.

“Começou junto com o aumento dos casos de Covid e de internações em UTI, entre fevereiro e março. Você pode ter de manhã uma droga e ela acabar de repente. Na troca por outro medicamento, tem um tempo de espera. E o paciente intubado, se perder a sedação, pode ficar agitado e perder a intubação”, relatou.

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) tem feito o acompanhamento junto aos farmacêuticos e realiza ações junto ao Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Conseguimos alguns resultados como o aumento da importação, mas o desabastecimento continua por conta do número de casos”, disse.

José de Arimatéa, que também é diretor Administrativo do Hospital das Clínicas (HC-UFPE), contou que acabou nessa semana na unidade de saúde o Midazolam, que é uma droga de primeira escolha para sedação. “Conseguimos fazer a compra e estamos esperando a entrega. Os estoques são monitorados constantemente”, declarou.

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VEJA A RESPOSTA A REPORTAGEM DO G1

A Secretaria de Saúde do Recife, responsável pelo Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, afirmou, por meio de nota, que atualmente não há desabastecimento dos medicamentos para intubação em nenhum dos equipamentos da rede municipal de saúde e que o estoque desses remédios está regular e é suficiente.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou, por meio de nota, que atualmente a rede pública de saúde conta com estoque garantidor dos suprimentos e que tem monitorado permanentemente os estoques dos insumos para manter a rede estadual de Saúde em pleno funcionamento.

A SES informou que também está agilizando processos de aquisição e realizando compras para evitar a falta de medicamentos e materiais. “É preciso lembrar, ainda, que a dificuldade na aquisição de medicamentos é nacional, devido à alta demanda em todo o país”, informou o comunicado.

Sobre a a unidade Hospital de Referência Unidade Boa Viagem Covid-19, a SES afirmou que não há falta de medicamentos, mas que, para evitar o desabastecimento, a unidade estimula o uso racional e adequado dos insumos já em estoque.

Com informação do G1 PERNAMBUCO.

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