Manacapuru a “Princesinha do Solimões” no Amazonas é a “Terra das Cirandas”

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Manacapuru é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. É o quarto município mais populoso do estado.

Ocupa uma área de 7 329,234 km²[3] e sua população, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015, era de 95 330 habitantes,[4]sendo assim o quarto município mais populoso do estado do Amazonas, superado por Manaus, Parintins e Itacoatiara, e o segundo de sua microrregião. Juntamente com outros sete municípios, integra a Região Metropolitana de Manaus, a maior região metropolitana brasileira em área territorial e a mais populosa da Região Norte do Brasil. Sua área representa 0.4666 % da área do estado do Amazonas, 0.1902 % da Região Norte e 0.0863 % de todo o território brasileiro.[7]

 

 

O município possui uma temperatura média anual mínima de 24 °C e de 35 °C como média máxima.[1] Na vegetação do município predomina uma formação arbórea esparsa. Em relação à frota automobilística, em 2009 foram contabilizados 12 492 veículos. O município contava, em 2009, com 24 estabelecimentos de saúde.[9] O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,614, sendo considerando inferior à média nacional e médio, comparando com o IDH apresentado pelo estado que foi de 0,674.

A história de Manacapuru está fortemente ligada à aldeia dos Índios Mura, que se estabeleceram na margem esquerda do rio Solimões por volta do século XVIII, fazendo com que surgisse a localidade.[10] A etimologia de Manacapuru é desconhecida, tendo em vista que seu nome foi sempre o mesmo, desde sua origem até o momento atual. Além dessas características, Manacapuru é conhecida nacionalmente como a Princesinha do Solimões, apelido que ostenta desde meados do século XIX.[10] Muitos de seus atrativos naturais são conhecidos nacionalmente, assim como suas festas populares que estão entre as mais visitadas por turistas na Amazônia.[10]

A vegetação, típica da região Amazônica é formada por florestas de várzea e terra firme, tendo ao seu redor um relevo composto por lagos, ilhotes e uma pequena serra. Todos os anos ocorre a tradicional festa das cirandas, com o desfile de vários grupos de ciranda da cidade. Sua padroeira é Nossa Senhora de Nazaré.

Etimologia

Manacapuru é uma palavra de origem indígena, que deriva das expressões Manacá e Puru. Manacá é uma planta brasileira das dicotiledôneas, da família solanaceae. Em tupi-guarani, a palavra significa “Flor”. Já a palavra “Puru” possui a mesma origem, sendo distinto apenas o significado, que quer dizer enfeitado ou matizado. Assim sendo, Manacapuru em tupi-guarani significa Flor Matizada.[1]

História

Ver artigo principal: História de Manacapuru

Os índios muras, antigos habitantes da região, habitavam a área que pertence ao município de Manacapuru, já no século XVII. Os muras eram conhecidos pelos portugueses como índios belicosos e hostis, motivo pelo qual foram alvos da pacificação imposta por Matias Fernandes a partir de 1774. Matias Fernandes era diretor da aldeia de Santo Antônio do Imaripi, situada no Japurá, muito distante da região.[12] Os muras também tornaram-se conhecidos por integrarem a luta com os cabanos em meados do século XIX, no movimento que ficou conhecido como Cabanagem.[1]

Por conta da grande distância de Japurá à localização dos muras, por volta de 1785 já existia, à margem do rio Solimões, pouco abaixo da foz do rio Manacapuru, uma feitoria de pesca denominada Caldeirão, cuja produção era destinada ao abastecimento da guarnição militar sediada em Barcelos, que a essa época era sede da capitania. A feitoria de pesca era administrada por Sebastião Pereira de Castro.[12]

Sebastião Pereira de Castro comunicou ao general Pereira Caldas a grande migração de índios muras vindos de outras regiões para a localidade. Segundo Castro, em 27 de setembro daquele ano, haviam chegado ali um “grosso número de gentio mura”, que desejavam estabelecer-se nas vizinhanças. Em resposta a essa comunicação, o general Pereira Caldas recomendou que os índios fossem deslocados para o povoado de Anamã – que mais tarde viria a ser um município – ou um outro lugar designado pelo administrador. O local escolhido para o estabelecimento dos muras foi a margem do lago Manacapuru. Ali, cerca de 290 indígenas muras se estabeleceram em 15 de fevereiro de 1786, edificando assim, a povoação que recebeu o nome de Manacapuru, nome este pertencente ao lago.

Cultura e sociedade

A cultura do município, assim como do Amazonas, foi largamente influenciada pelos povos nativos da região e pelos diversos grupos de imigrantes e migrantes que ali se estabeleceram, principalmente espanhóis.[66]Manacapuru tornou-se uma cidade com ampla miscigenação cultural e diversificadas culturas.[66] Os nordestinos que migraram para a Amazônia no fim do Século XIX e início do Século XX, atraídos pelo Ciclo da borracha, também contribuíram para a formação da cultura municipal.[67] Tudo isso gerou na localidade e no estado uma cultura mestiça e com grande contribuição e permanência da cultura indígena.[67]

A cultura manacapuruense é rica em tradições e festas folclóricas bastante apreciadas. Por conta do Festival de Cirandas, que nos últimos anos tem atraído grande número de turistas para a cidade, Manacapuru ficou conhecido como a “Terra das Cirandas”.[68]

Na música, os destaques são a ciranda e o forró. Manacapuru possui um projeto chamado “Caravana da Música”, que conta com a participação de diversos artistas regionais e nacionais.[69]

Festival de cirandas

Ver artigo principal: Festival de Ciranda de Manacapuru

A exemplo de Parintins, Manacapuru também é conhecida por seu festival folclórico, porém, ao invés do característico boi bumbá de Parintins, a cidade é conhecida por suas cirandas, agremiações que tocam um estilo de música típico local, e apresentam desfiles competitivos. Realiza-se todos os anos, o Festival de Ciranda de Manacapuru, no Cirandódromo da cidade, localizado no Parque do Ingá.[70]

O primeiro Festival de Cirandas competitivo aconteceu em 1997. A partir de então, a manifestação cultural recebeu status de manifestação folclórica e a cada ano apresentou mais qualidade e nível técnico nas noites da festividade.[70]

São três as agremiações que compõem o festival do município: Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional.[71]

Turismo

Manacapuru é um dos maiores destinos turísticos no Amazonas, recebendo um elevado número de turistas que visitam as praias, lagos e igarapés das proximidades, que contam com diversos hotéis de selva.[72]

O ecoturismo, também chamado de turismo de natureza, atrai milhares de turistas ao município.[72] Entre as atrações naturais da cidade, destacam-se: Reserva Ecológica de Manacapuru, possuindo uma vegetação típica de várzea, com gigantescas árvores, como a Sumaúma. Caracteriza-se como uma área migratória e de produção de aves, sendo também um dos melhores locais para a pesca esportiva, pela variedade de peixes como a piranha e o aruanã. Possui um hotel flutuante e um observatório de pássaros, de jacarés e aves. Situa-se na margem esquerda do Rio Solimões.[73]

A Comunidade Indígena Sahu-Apé também é um atrativo natural da localidade, onde se encontram especiarias indígenas.[73] A Ilha de Santo Afonso, no rio Solimões, também é um atrativo natural muito visitado.[73]

O Cais do Porto, no centro da cidade, é o principal ponto turístico, sendo um porto histórico. Além do Cais do Porto, há outros prédios e localidades históricas que servem como atrativos turísticos, como a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, tendo sua construção iniciada em 1904 e concluída em 1907.

A verba empregada na obra foi oriunda da colaboração de prósperos comerciantes do lugar e de recursos obtidos com realizações de arraiais. Os materiais destinados a edificação do templo foram adquiridos em parte na capital do estado, Manaus, e em Coari;[73] Câmara Municipal, que abrigou durante a década de 1930 a sede do Poder Executivo, a Coletoria Estadual e o Fórum de Justiça. Em 1976 instalou-se definitivamente no prédio a Câmara Municipal de Manacapuru, fazendo com que este recebesse a denominação de Palácio Antero de Rezende;[73] o Colégio Nossa Senhora de Nazaré, teve suas obras iniciadas em 1946 e concluídas em 1951. Seu desenho arquitetônico tem muito haver com o estilo europeu. Foi construído com recursos oriundos da própria missão e do governo brasileiro, além da contribuição da comunidade local, que ajudou com a mão-de-obra; Prédio Fórum de Justiça, construído no início da década de 1930, por Francisco do Couto Valle, e destinava-se a cadeia municipal. Serviu como hotel. De 1991 a 1993 o prédio passou a ser utilizado com sede da Secretaria Municipal de Saúde. Passou a hospedar a sede do Fórum de Justiça da Câmara de Manacapuru. Destacam-se ainda os prédios da Prefeitura Municipal, um dos mais antigos da cidade, e a sede da Maçonaria.

É notório ainda, o prédio da Restauração, um edifício centenário; Terminal Fluvial Turístico e Centro de Atendimento ao Turista; Mercado Municipal; Casa da Cultura; Parque do Ingá; Balneário do Miriti e Praça 16 de julho.

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