Dos 578 profissionais – entre artistas e técnicos – que participam da realização do evento, mais de 200 estão trabalhando para construção dos cenários
Para montar os cenários das óperas “Faust”, “Dessana, Dessana”, “Florencia en el Amazonas”, “Acis and Galatea” e “Kawah Ijen (Vulcão azul)”, que serão apresentadas durante o 21º Festival Amazonas de Ópera (FAO), a Secretaria de Estado de Cultura (SEC) conta com uma equipe de mais de 200 profissionais da Central Técnica de Produção (CTP), da equipe técnica do Teatro Amazonas e da equipe de produção do evento.
O FAO, que acontecerá de 28 de abril a 2 junho, é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da SEC, com patrocínio do Bradesco Prime – que celebra 10 anos de parceria com o Festival –, incentivo do Ministério da Cultura (Minc), por meio da Lei Rouanet; além do apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC) e da Aliança Francesa.
A cenografia – arte de projetar e executar a instalação de cenários para obras teatrais ou cinematográficas – é parte importante de qualquer espetáculo. A partir dela, é possível mostrar o local em que se passa uma história e revelar um pouco da personalidade dos personagens.

Cenógrafos, cenotécnicos, diretores de cena, serralheiros, pintores, construtores, costureiras, camareiras e maquinistas são alguns dos profissionais que, desde março, estão trabalhando para a montagem dos cenários do Festival.
“Faust” abrirá a edição de 2018, e, para este cenário, as referências do diretor cênico André Heller-Lopes se baseiam no filme “Drácula de Bram Stoker” (1992), de Francis Ford Coppola, e mistura um estilo neogótico do final dos anos 80 e início dos anos 90, que também pode ser percebido no figurino dos personagens da ópera.
“O interessante deste cenário, que é muito bonito e tem muitas ideias dos cenógrafos Roberto Rolrik e Renato Theobaldo, é que ele é móvel e traz estruturas que formam torres com referências à uma linha moderna e ao mesmo tempo gótica”, revela a cenógrafa Giorgia Massetani, responsável pela construção da cenografia, junto aos cenotécnicos e diretores de palco.
O cenógrafo Roberto Rolrik conta que, a partir de uma técnica chamada corte em Router, foi possível dar mais agilidade ao processo de montagem. “Todo o cenário é bem recortado pelo próprio estilo da época, trazendo os desenhos das rosáceas e dos arcos ogivais. Adaptamos esses desenhos para uma tecnologia contemporânea, realizando um processo em que utilizamos a chapa e o desenho feito no computador para ser transferido para uma máquina chamada Router. Esta faz uma infinidade de recortes, que se fossem feitos manualmente demoraria muito tempo”, afirma Rolrik.
O cenário de “Dessana, Dessana” irá conviver com o de “Faust” e, de acordo com Giorgia Massetani, serão trabalhadas a luz e a contraluz para acrescentar dramaticidade e mistério e tornar o lugar mais lúdico, resgatando a temática indígena e integrando a pintura e o estilo do artista visual Raiz Campos neste projeto.
Raiz salienta que, antes de começar a pintar o cenário de “Dessana, Dessana”, fez uma viagem para o Município de São Gabriel da Cachoeira, onde participou de uma ‘Missão de Arte’ que visava revitalizar uma área degradada.

“Neste local, pude conhecer mais de 20 etnias, inclusive a Dessana, com a qual tive uma vivência e pesquisei sobre sua cultura. Por coincidência, assim que cheguei a Manaus, fui convidado para este projeto e, para mim, é uma experiência nova e intensa poder divulgar nossa cultura no Festival”, destaca Raiz.
O cenário, segundo o diretor cênico Matheus Sabbá, traz uma Amazônia primitiva e conta a história da criação do mundo na visão do povo Dessana, na qual toda a criação das pessoas veio das pedras e das casas de iniciação.
O diretor conta que, no primeiro ato, o público vê uma cidade deteriorada, cheia de sujeira, onde tem um homem que no meio dessa confusão conta a história Dessana. A partir disso é apresentado o templo dos deuses, com paredes de pedras, mostrando a criação do mundo de uma forma mítica e etérea.
“No segundo ato, temos a chegada do povo Dessana às casas de iniciação e mostramos a árvore que simboliza a Sumaúma e representa as raízes daquele lugar, pois agora que todos estão criados, o povo começará a construir suas raízes, seus costumes e sua visão de mundo”, explica Matheus Sabbá.
“Acis and Galatea” será uma ópera barroca, com uma temática ribeirinha. “Conversando com a diretora de cena Julianna Santos, pensamos em criar um cenário que mostra a transformação da Juta. Com o palco giratório, é possível criar uma temporalidade, mostrando todas as fases de produção da Juta”, destaca Giorgia Massetani.
A cenógrafa também explica que para este espetáculo, foi feita uma transcrição dos mitos gregos para lendas regionais, como por exemplo, a ninfa semidivina Galatea simbolizada pela Mãe d’água Iara e o ciclope Polifermo como o monstro das florestas amazônicas Mapinguari.
A ópera “Florencia en el Amazonas” vem de Bogotá e conta com direção cênica por Pedro Salazar e cenários projetados de Julián Hoyos. O espetáculo terá um cenário com projeções que remetem à Amazônia, tendo como um dos principais elementos um grande navio, no qual a personagem Florencia Grimaldi embarca em uma viagem cheia de aventuras pelo rio Amazonas para reencontrar seu grande amor Cristóbal.
“Kawah Ijen (Vulcão azul)” tem uma temática indonesiana e direção cênica por Willian Pereira. A cenógrafa Giorgia Massetani comenta que será criado um cenário limpo e que integra o estilo lírico e poético do diretor.

“Iremos recriar a textura do vulcão e sua lava, trabalhando com cores amarelas e simbolizando a extração do enxofre. Outro destaque é o instrumento da Indonésia, o Gamelão, que estará no palco do Teatro Amazonas”, finaliza Giorgia Massetani.
Com mais de 350 projetos patrocinados anualmente, o Bradesco demonstra que acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte.
Com apoio a eventos regionais, museus, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros. A instituição tem, ainda, uma plataforma de naming rights com o Teatro Bradesco, que conta com unidades em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em 2018, já passaram pela Temporada Cultural do Bradesco as exposições Julio Le Parc, Mira Schendel e Hilma af Klint, o espetáculo Bibi Ferreira e o Lollapalooza Brasil.
Estão em cartaz os musicais Peter Pan e Ayrton Senna, além de diversas atrações confirmadas ao longo do ano, como os festivais de Parintins, Tiradentes, a festa junina de São João do Caruaru, o São João de Campina Grande, ArtRio, MIMO e MADE, entre outras.






































































