O Irã lançou mísseis contra a base militar norte-americana de Al-Udeid, localizada em território do Catar. O ataque ocorre em retaliação aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos no sábado (21), que atingiram três instalações nucleares iranianas.
Segundo informações divulgadas pelas agências estatais iranianas Fars News e IRNA, e posteriormente confirmadas por autoridades do Catar, o ataque teria como alvo exclusivo a base americana. O governo iraniano afirmou que a ofensiva foi proporcional ao número de bombas utilizadas pelos EUA no fim de semana.
Em nota oficial, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou que “as poderosas forças armadas da República Islâmica destruíram a base aérea americana em Al-Udeid”. A base, que abriga cerca de 10 mil civis e militares, é a principal instalação dos Estados Unidos no Oriente Médio.
O Ministério das Relações Exteriores do Catar condenou a ação e afirmou que os projéteis foram interceptados com sucesso pelas defesas aéreas do país. Segundo o ministro Majed Al Ansari, a base já havia sido evacuada preventivamente em razão das tensões crescentes na região. O governo catari reforçou que não houve vítimas nem feridos.
“Afirmamos que o Catar se reserva o direito de responder diretamente, em conformidade com o direito internacional, à natureza e à escala desta agressão”, declarou Al Ansari.
A escalada teve início em 13 de junho, quando Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã sob a justificativa de conter avanços no programa nuclear iraniano. No dia 21, os EUA ampliaram a ofensiva com bombardeios sobre as usinas nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan.
Teerã alega que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos e estava em processo de negociação com Washington. No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha apontando falhas no cumprimento de exigências técnicas por parte do Irã, embora sem evidências conclusivas de que o país estivesse desenvolvendo armas nucleares.
Fontes de inteligência dos EUA afirmaram em março que o Irã não estaria construindo ogivas atômicas. No entanto, o presidente Donald Trump passou a questionar essa avaliação à medida que a crise se aprofundou.
Apesar da retórica contra o programa iraniano, Israel nunca reconheceu oficialmente possuir armas nucleares, embora analistas e relatórios internacionais apontem para a existência de um arsenal secreto desde os anos 1950, com capacidade estimada de até 90 ogivas.