Ipaam registra queda de 85,30% no desmatamento e 85,43% nos focos de calor no Amazonas

Dados referem-se ao período de 1º de fevereiro a 10 de março de 2025, com comparativo ao mesmo intervalo de 2024
Facebook
Twitter
WhatsApp
FOTOS: Arquivo/Ipaam

Entre 1º de fevereiro e 10 de março de 2025, o desmatamento no Amazonas registrou uma queda de 85,30% em comparação com o mesmo período de 2024. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) contabilizou 453 ocorrências, totalizando 2.549 hectares de área desmatada. No mesmo intervalo de 2024, o estado registrou 3.082 eventos, resultando em 9.017 hectares de vegetação derrubada.

Além disso, o número de focos de calor também apresentou uma redução significativa. Durante o período, foram identificados 22 focos, uma queda de 85,43% em relação aos 151 registrados entre fevereiro e março de 2024.

De acordo com o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, os números refletem o monitoramento contínuo realizado pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP). “Utilizando tecnologias avançadas de imagens de satélite, o Ipaam consegue detectar alterações na cobertura florestal com alta precisão. Com o apoio de satélites de alta resolução, é possível identificar desmatamentos ilegais em tempo real, o que possibilita uma resposta rápida e eficaz das equipes de fiscalização”, afirmou.

A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, destacou a importância da colaboração entre os órgãos ambientais e as autoridades competentes. “O Ipaam monitora as áreas desmatadas e acompanha os focos de calor, colaborando com os bombeiros na atuação e prevenção. A integração entre os órgãos ambientais e as autoridades competentes é fundamental para garantir a proteção da nossa floresta e a redução desses índices”, disse.

Mais dados

No período de 1º de fevereiro e 10 de março de 2025, os municípios de Novo Aripuanã, Apuí e Lábrea, localizados a 227, 453 e 702 quilômetros de Manaus, respectivamente, apresentaram os maiores números de alertas de desmatamento. Novo Aripuanã liderou, com 52 ocorrências, resultando em 410 hectares desmatados. Apuí teve 49 alertas, totalizando 842 hectares, e Lábrea registrou 43 alertas, com 533 hectares de vegetação derrubada.

No período em 2025, os dados sobre focos de calor indicaram que os municípios com maior número de ocorrências foram São Gabriel da Cachoeira, com 9 registros, seguido por Japurá e Lábrea, ambos com 2 focos. Em comparação, no mesmo período de 2024, a situação era mais crítica, com São Gabriel da Cachoeira registrando 34 focos de calor, Apuí com 20 e Barcelos com 12.

É importante destacar que os focos de calor não indicam necessariamente queimadas. Eles podem estar relacionados a áreas de vegetação seca ou queimadas controladas, mas também podem ser originados por atividades humanas ou fenômenos naturais.

Infrações e multas

O desmatamento ilegal, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008, implica em multas mínimas de R$ 5 mil por hectare ou fração de área desmatada. Esse valor pode ser dobrado em casos de uso de fogo ou provocação de incêndios.

Além das multas, o Ipaam realiza o embargo administrativo das áreas desmatadas e das atividades ilegais. Equipamentos utilizados no desmatamento também podem ser apreendidos.

O técnico do CMAAP, Bruno Affonso, alertou que a exploração ilegal de madeira, geralmente registrada no início do ano, antecede as queimadas. Ele reforçou que o combate às queimadas precisa, necessariamente, envolver a fiscalização do desmatamento ilegal e a repressão à exploração ilegal de madeira.

“Queimadas também podem ocorrer em áreas agropastoris, visando à renovação de pastagens ou culturas agrícolas. Quando não autorizadas ou realizadas de forma inadequada, essas práticas são passíveis de autuação, com multas de R$ 3 mil por hectare ou fração, conforme o Decreto Federal 6.514/2008, artigo 58, além de outras sanções”, completou Affonso.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Telegram
Print

MATÉRIAS RELACIONADAS

TCE - EM PAUTA

MANAUS

ASSEMBLEIA EM PAUTA

CÂMARA EM PAUTA

SÉRIE O AMAZONAS