Governo do Amazonas lança novo Plano de Combate à Malária, com aporte de R$ 4,2 milhões

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O governador do Amazonas, José Melo, lançou nesta quinta-feira, 26 de novembro, o Plano de Intensificação de Controle da Malária com reforço no combate à doença em 13 cidades do Estado consideradas de alto risco de incidência de casos.

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FOTO: VALDO LEÃO

O pacote de R$ 4,2 milhões anunciado contempla recursos para custeio das ações, a aquisição de equipamentos e a doação de mais de 40 mil mosquiteiros para as populações dos municípios.

O Plano destinado ao combate à malária foi formalizado pelo governador em reunião com prefeitos e secretários de saúde dos 13 municípios considerados prioritários para as ações de combate à doença no Amazonas. Até março do ano que vem, os demais municípios amazonenses, de médio e baixo risco de infecção pela doença, serão convocados para definir suas estratégias. A previsão é destinar mais R$ 5 milhões nas próximas etapas.

A prevenção e o combate à doença são as principais armas para reduzir o número de casos da malária no Amazonas, afirmou o governador. José Melo disse que o Estado vem trabalhando em pesquisas para a descoberta de uma vacina para imunização.

“O objetivo é enfrentar o problema que vem por aí. No período das chuvas, o mosquito bota quente e nós temos que proteger nossos ribeirinhos dessa doença. Esse pacote de medidas preventivas se dirige a Manaus e aos municípios da Região Metropolitana e
são tomadas todos os anos sob pena dos indicadores aumentarem. Vão desde os equipamentos para fazer o fumacê até o sistema de mosquiteiros impregnados, que são eficientes no combate e tem reduzido muito a incidência da doença”, destacou o governador.

O encontro com secretários de saúde e prefeitos foi organizado pelo secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, e ocorreu no auditório do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), onde desde quarta-feira (25) acontece a oficina de avaliação anual de controle da doença, com a participação de coordenadores de endemias destes municípios. “Pactuamos com os prefeitos as medidas do Plano de Intensificação de Controle da Malária 2016, destinadas ao fortalecimento das ações de vigilância e controle da doença no Estado”, enfatizou.

O plano prevê investimentos de mais de R$ 4,2 milhões, sendo R$ 2,6 milhões para as ações de custeio – compra de combustível e equipamentos (como máquinas de termonebulização, bombas borrifadoras, motores de popa, microscópios), e motocicletas –, e R$ 1,6 milhão para aquisição e distribuição de 40 mil mosquiteiros impregnados de inseticidas – conhecidos como MILDs, a serem entregues a moradores de áreas de maior risco de transmissão da doença.

De acordo com o governador, a meta é reduzir em 20% o número de casos no Estado. “Já temos estrutura nesses municípios e estamos trabalhando ano a ano. O que temos que fazer é aportar recursos para comprar equipamentos, o mosquiteiro, e ajudar na mobilização dos municípios para o enfrentamento da doença. Nossa meta é reduzir em 20% o que aconteceu ano passado. Não só na região metropolitana de Manaus. Mas também naqueles municípios em que todo ano tem o recrudescimento do problema. E se esses recursos forem bem aplicados e o planejamento bem executado não tenha dúvidas de que vamos alcançar a meta”, frisou José Melo.

Ações em municípios prioritários – Além de Manaus, são considerados prioritários no combate à malária os municípios de Tapauá, Tabatinga, São Paulo de Olivença, São Gabriel da Cachoeira, Santo Antônio do Içá, Lábrea, Ipixuna, Humaitá, Eirunepé, Careiro, Barcelos e Atalaia do Norte. Eles estão incluídos nesta primeira etapa. Junto com a capital, estas cidades concentram 80% dos casos da infecção registrados em todo o Estado.

O secretário Pedro Elias ressaltou a necessidade de empenho das prefeituras – que são responsáveis pela execução das ações de combate às endemias – a fim de garantir o cumprimento das metas de redução de casos da doença.

Segundo o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Bernardino Albuquerque, entre as metas a serem alcançadas está a garantia de que, no mínimo, 70% dos casos da doença sejam diagnosticados e tratados no prazo de até 48 horas, a partir do início dos sintomas.

Bernardino ressalta que, como parte do suporte dado aos municípios na execução das ações de combate à malária, a FVS manterá os agentes de endemias já contratados, realizará supervisão direta das ações in loco, monitoramento à distância com análises epidemiológicas para o direcionamento das ações, além de promover capacitação técnica das equipes municipais.

Em relação aos recursos que serão empregados para aquisição de equipamentos e de insumos estratégicos a serem repassados aos municípios, Bernardino destaca a importância dessas medidas. “Equipamentos em bom estado de conservação são fundamentais para o sucesso do Plano de Intensificação de Controle da Malária. Da mesma forma, a ampliação da rede de diagnóstico, também necessária, exige a disponibilização de novos microscópios, garantindo um diagnóstico preciso e rápido”, salienta o diretor.

Entre as ações de controle vetorial, o diretor da FVS destaca, ainda, os mosquiteiros impregnados, considerados uma estratégia inovadora na área de prevenção e que vem sendo adotada nos últimos anos. “Este plano prevê a aquisição de 40.000 mosquiteiros, com instalação nas residências de áreas com transmissão ativa, evitando o contato dos moradores com vetores de malária, protegendo especialmente crianças e idosos que permanecem no intradomicílio por mais tempo”, disse Bernardino.

Indicadores – Segundo dados da FVS, no período de janeiro a outubro de 2014, o Amazonas registrou 59.023 casos de malária, contra 63.746 notificados no mesmo período deste ano, o que representa um aumento de 7%. A malária é uma doença infecciosa potencialmente grave, causada por parasitas (protozoários do gênero Plasmodium), que são transmitidos de uma pessoa para outra pela picada de mosquitos do gênero Anopheles. Os sintomas iniciais são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. Ainda não existe vacina disponível contra a doença. O diagnóstico e o tratamento da malária estão disponíveis exclusivamente na rede pública de saúde, e devem ser buscados, principalmente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

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