Fundação Alfredo da Matta comemora 61 anos saindo da 1ª para a 18ª posição no ranking de hanseníase no Brasil

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Com reconhecimento internacional e o feito histórico de ter tirado o Amazonas da primeira para a 18ª colocação no ranking nacional de casos de hanseníase, a Fundação de Dermatologia Tropical e Venerologia Alfredo da Matta (Fuam) comemora 61 anos no próximo domingo, 28 de agosto. A unidade, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), chega à “melhor idade” com um currículo respeitado na comunidade científica e o reconhecimento da população.

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“Nós acreditamos que nas Américas do Norte, Central e do Sul, a equipe que mais tem experiência em hanseníase está aqui na Fundação Alfredo da Matta. Tanto é assim, que somos Centro de Referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para tratamento, diagnóstico e treinamento de recursos humanos para combate à doença. Somos também Centro de Referência do Ministério da Saúde”, observa o diretor-presidente da Fuam, médico dermatologista, Hélder Cavalcante.

A hanseníase não é a única especialidade da Fuam, mas é o carro-chefe da instituição que também faz diagnóstico e tratamento de doenças da derme de modo geral, incluindo o câncer de pele e as complicações relacionadas às DSTs (HIV e Sífilis), as Hepatites B e C, entre outras. Além do diagnóstico, pacientes recebem tratamento com medicação gratuita garantida pelo Governo do Estado e os programas do Ministério da Saúde.

Diminuição dos casos – O Amazonas, que durante décadas foi o pior estado brasileiro em números de casos de hanseníase, hoje está em 18º lugar no ranking nacional, caminhando para eliminar o mal que ainda é considerado um problema de saúde pública no Brasil. Em uma década, os casos novos da doença caíram de cerca de 2 mil para pouco mais de 500 por ano em 2015. “Isso se deve a um trabalho continuado nos últimos 30 e 40 anos. A cada ano, estamos tendo melhores resultados no controle da hanseníase”, comemora o gestor da Fundação.

De acordo com Hélder Cavalcante, o avanço na supervisão dos municípios tem sido fundamental no projeto que busca eliminar a doença no Estado. “Nós supervisionamos a capital e mais os municípios do interior. Em 2014 foram 25 municípios, em 2015, já foram 40, em 2016, com toda a crise que vem desde o ano passado, vamos supervisionar 50 e a nossa meta para 2017 é supervisionar 100% dos municípios do Estado. Isso permite um controle cada vez maior da hanseníase e consequentemente o tratamento dos casos que são identificados. Em poucos anos, vamos estar numa posição melhor no ranking nacional e nos ajudar a ser o Estado brasileiro com o menor numero possível de casos de hanseníase”.

A busca ativa de casos também tem sido outro mecanismo para a identificação de novos casos, por meio da intensificação de mutirões dermatológicos. Em um ano a Fundação conseguiu identificar 91 casos novos nos mutirões realizados aos sábados. “ É uma atividade extramuros, fora da Fundação Alfredo da Matta que tem mostrado que a doença ainda apresenta casos que não são identificados, portanto não são tratados e isso mantém esses números elevados, mas nós acreditados que em, no máximo, quatro anos de atividade nessas direção, nós vamos enxugar cada vez mais o número de pacientes que podem contaminar outras pessoas. Isso no futuro vai levar a eliminação”, prevê o médico.

Ensino e pesquisa – A unidade realiza um trabalho que vai além do diagnóstico e tratamento. O ensino e a pesquisa são um grande diferencial da instituição. Mais da metade dos especialistas em dermatologia do Estado pertencem ao quadro da instituição que produz conhecimento científico para o mundo inteiro, publicados em revistas especializadas e introduzidos na rotina de tratamento da doença.

Parte dessa produção será apresentada durante os eventos comemorativos dos 61 anos da instituição: a Apresentação Final de Projetos dos bolsistas 2015-2016 do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), realizado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e a 7ª Jornada Científica da Fuam – Atualização em Hanseníase. Os eventos serão realizados, respectivamente, nos dias 25 e 26 de agosto, no auditório Damião Litaiff, na sede da Fuam, na avenida Codajás, bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus, a partir das 8 horas.

“Aqui, realmente é um centro de referência não só na assistência ao doente, mas também na elaboração de protocolos de pesquisas que normalmente são incorporadas à rotina do diagnóstico e tratamentos das doenças dermatológicas em geral”, observa a diretora de Ensino e Pesquisa da Fuam, dermatologista Mônica Santos.

Segundo ela, o Amazonas tem cerca de 90 dermatologistas associados à Sociedade Brasileira de dermatologia (SBD), dos quais 46 trabalham na Fuam. “Mais da metade dos dermatologistas do Estado estão aqui. Isso contribui com o nosso know-how”.

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