A tradicional procissão fluvial de São Pedro, padroeiro dos pescadores, tomou conta das águas do Rio Negro no último domingo (29), em sua 76ª edição. O evento, marcado pela devoção popular e liderado pelo cardeal e arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, uniu religiosidade e valorização dos espaços urbanos restaurados, como o Píer Manaus 355 e o Mirante Lúcia Almeida.
Com o tema “Pedro, tu me amas?”, a celebração deste ano reuniu cerca de 200 fiéis a bordo da embarcação “Zé Alberto 2013”, além de outras 25 embarcações particulares que acompanharam o navio hidroceanográfico fluvial Rio Branco – H10, cedido pela Marinha do Brasil. A saída ocorreu às 15h, no Terminal Pesqueiro, com paradas simbólicas em pontos estratégicos da cidade, até o encerramento no píer revitalizado da região central de Manaus.

A procissão marcou não apenas uma homenagem a São Pedro, mas também a peregrinação do Ano Santo da Redenção e da Esperança, proposta pela Arquidiocese como momento de reflexão para pescadores e fiéis da Amazônia.
“Que São Pedro interceda por todos os nossos pescadores e pescadoras, e que possamos, como ele, ser presença viva de Cristo entre o povo”, afirmou o cardeal Leonardo Steiner.
Em um dos momentos mais emblemáticos da procissão fluvial, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, foi recebido com honrarias solenes pelos tripulantes da Marinha do Brasil ao embarcar no navio hidroceanográfico fluvial Rio Branco – H10, que liderou o cortejo. O gesto reforçou o reconhecimento institucional à maior autoridade eclesiástica da Amazônia, elevando o caráter cerimonial do evento. “E durante a nossa procissão também queremos lembrar do nosso querido Papa Leão XIV, sucessor de Pedro”, declarou o arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner

Neste Ano Santo da Redenção e da Esperança, proclamado pela Arquidiocese, o cardeal convocou os participantes a renovarem sua fé, em especial os que vivem da pesca, atividade marcada por desafios diários e íntima relação com o rio elemento vital da identidade amazônica.
Após a chegada ao Píer Manaus 355, o andor com a imagem do santo foi recebido com aplausos e orações, A procissão fluvial realizou breves “paradas” para saudar os fiéis que esperavam a procissão passar. A caminhada terrestre, com destino à Catedral Metropolitana, selou a celebração com uma missa solene em honra ao apóstolo.

Centro histórico se consolida como palco de fé e cultura
Mais do que cenário da chegada, o Píer Manaus 355 e o Mirante Lúcia Almeida foram destaques logísticos e simbólicos do evento, consolidando-se como polos de cultura, fé e turismo no centro histórico. A estrutura ofereceu segurança e acessibilidade aos participantes, conectando fé e urbanismo em uma experiência coletiva.
“Eles não são apenas bonitos ou turísticos, são úteis. Esses equipamentos valorizam o centro histórico e conectam a cidade à sua própria identidade cultural”, disse Jender Lobato, diretor-presidente da ManausCult, órgão vinculado à Prefeitura de Manaus.
A administração municipal tem investido na ressignificação de espaços públicos, apostando na convivência urbana e na integração entre tradição e funcionalidade. Segundo a Prefeitura de Manaus, a política de revitalização visa ampliar o uso criativo dos equipamentos, inserindo eventos religiosos, culturais e históricos no cotidiano da cidade.
Fé, cultura e ocupação urbana: um modelo de cidade viva
A 76ª edição da procissão de São Pedro demonstrou como celebrações religiosas podem dialogar com políticas públicas de valorização da memória e do espaço urbano. A escolha do píer e do mirante como pontos-chave reforça uma Manaus mais conectada à sua à sua história, mas também mais preparada para acolher o presente.
A Prefeitura de Manaus, por meio da ManausCult, tem investido na promoção e fortalecimento de espaços públicos qualificados, incentivando o uso criativo e diverso desses ambientes em eventos que celebrem a memória, a cultura e os afetos da população.

A presença massiva de fiéis, combinada com o uso estratégico de espaços como o píer Manaus 355 e o mirante Lúcia Almeida, exemplifica um novo paradigma de gestão urbana em que infraestrutura pública qualificada se coloca a serviço da memória coletiva e da experiência comunitária. Em vez de serem apenas pontos turísticos, esses equipamentos tornam-se plataformas ativas de pertencimento e expressão cultural. Ao unir espiritualidade e requalificação urbana, Manaus reafirma uma vocação rara: ser, ao mesmo tempo, cidade devota e cidade em movimento.
Com informações da Arquidiocese de Manaus e Prefeitura de Manaus