EDITORIAL: IGREJA MISSIONÁRIA

Dom Leonardo Ulrich Steiner, primeiro Cardeal da Amazônia, arcebispo de Manaus - Edição nº 3
Facebook
Twitter
WhatsApp
Foto- Arquidiocese de Manaus

Vivemos um tempo de graça! Despertamos sempre mais para a missionariedade. Vamos percebendo que anunciar a Jesus faz parte do nosso ser cristão. A missão nasce da admiração!

Papa Francisco ensina: “No hino paulino esta expressão – em Cristo ou n’Ele – é o eixo que sustenta todas as fases da história da salvação: em Cristo fomos abençoados antes da criação; n’Ele fomos chamados; n’Ele fomos redimidos; n’Ele toda criatura é reconduzida à unidade, e todos, próximos e distantes, primeiros e últimos, somos destinados, graças à obra do Espírito Santo, a louvar a glória de Deus. Perante este desígnio  como diz a liturgia os retos de coração devem louvá-lo”, cabe a nós: louvor, bênção, adoração e gratidão que reconhece a obra de Deus. Um louvor que vive deste encanto, e é preservado do risco de cair no hábito na medida em que se nutre do fascínio, enquanto se alimenta desta atitude fundamental do coração e do espírito: a admiração.”

Uma admiração que desperta o desejo do anúncio, da missão. Anúncio de que fomos abençoados, redimidos, fazemos parte de uma fraternidade universal. Como conter uma admiração que fascina, que encanta? O missionário, a missionária, é impulsionado(a) pela admiração, pelo encanto. Despertado, despertada pelo Amor sai a anunciar, testemunhar. A missão torna-se, assim, a razão de ser cristão, pois proclamador daquele que anuncia a bondade do Pai, o seu Reino. É por essa razão de ser da Igreja que anuncia o Reino!

Papa Francisco publicou a Constituição Apostólica “Praedicate evange- lium – “proclamai o Evangelho” que reorganiza e dinamiza a Cúria romana. Por que ter uma organização tão grande na Igreja em Roma? A missão como ser da Igreja é que fundamenta a Cúria e a reforma da mesma. Lemos : “Proclamai o Evangelho é a missão que o Senhor Jesus confiou aos seus discípulos. Este mandato constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira, no mundo de hoje. Para isso foi chamada: para anunciar o Evangelho do Filho de Deus, Cristo Senhor, e, através do mesmo, suscitar a obediência da fé em todos os povos . A Igreja cumpre o seu mandato, sobretudo quando testemunha, por palavras e por obras, a misericórdia que ela própria gratuitamente recebeu. Deste modo, ‘com obras e palavras, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana,tocando a carne sofredora de Cristo no povo’. Assim fazendo, o povo de Deus cumpre o mandamento do Senhor, que, ao pedir para anunciarmos o Evangelho, instou-nos a cuidar dos irmãos e irmãs mais frágeis, doentes e atribulados.”

Apesar de estarmos sempre mais atentos a nossa missão de discípulos missionários, discípulas missionárias, somos convidados a entrar na dinâmica da conversão missionária da Igreja. Ela possibilita a renovação das comunidades e da vida pessoal segundo o amor de Jesus. Nesse sentido somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo. Refletir o amor salvífico de Cristo que tempera e ilumina a vida da humanidade.

Neste mês de outubro, lembramos de modo especial a nossa vocação de missionários e de missionárias. Mês das missões, mês missionário, Campanha Missionária.
Neste ano, para animar e dinamizar a Campanha nas dioceses e prelazias do Brasil, temos como tema A Igreja é missão. O tema está acompanhado da inspiração bíblica escolhida pelo Papa Francisco para o mês missionário: Sereis minhas testemunhas. Percebemos que nestes últimos três anos percorremos um caminho recordando a natureza missionária da Igreja, das nossas comunidades através dos temas: “A vida é missão”, em 2020, “Jesus Cristo é missão”, em 2021, e “A Igreja é missão”, em 2022.

Como Igreja é Missão, lembramos a celebração dos 400 anos de criação da Congregação para Evangelização dos Povos, dos 100 anos que o Papa Pio XI concedeu as Obras Missionárias um caráter Pontifício e a beatificação de Paulina Jaricot que há 200 anos fundou a Pontifícia Obra da Propagação da Fé. No Brasil celebramos 50 anos de criação do Conselho Missionário Nacional, COMINA, 50 anos das Campanhas Missionárias, 50 anos dos Projetos Igrejas Irmãs, 50 anos do Conselho Missionário Indigenista, CIMI, 50 anos do Documento de Santarém, 60 anos do CCM e 70 anos da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB.

Nossa Arquidiocese que vive sempre mais da admiração e do fascínio pela presença humanada de Deus entre nós, deseja crescer como presença missionária. Anunciadora da esperança, ela celebra a última etapa da Assembleia Sinodal Arquidiocesana neste mês de outubro. Gratidão à Comissão de Coordenação que serviu com alegria e intensidade. pela colaboração de todas as nossas comunidades, serviços e ministérios no caminho sinodal.

A Caminhada Missionária no dia 23 deste mês na conclusão de nossa Assembleia Sinodal, será expressão do desejo de estarmos juntos a caminho como discípulos missionários, discípulas missionárias.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Telegram
Print

MATÉRIAS RELACIONADAS

TCE - EM PAUTA

MANAUS

ASSEMBLEIA EM PAUTA

CÂMARA EM PAUTA

SÉRIE O AMAZONAS