Dia Mundial do Câncer: exames preventivos aumentam as chances de cura da doença

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Em alusão ao Dia Mundial do Câncer, lembrado em vários países neste 4 de fevereiro, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), alerta para a importância da prevenção como forma de combater a doença, cujo aparecimento tem se dado cada vez mais cedo, em adultos e crianças.
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Segundo o cirurgião oncológico Marco Antônio Ricci, diretor-presidente da instituição, que hoje é considerada referência no tratamento da doença na Amazônia Ocidental, dois detalhes são de suma importância para o aumento das chances de cura das neoplasias malignas: a realização dos exames preventivos nas idades preconizadas para o rastreio da doença e o diagnóstico precoce.
Conforme o diretor, no caso da mamografia, é importante que o primeiro exame seja feito a partir dos 40 anos, à exceção de mulheres que tenham histórico da doença na família. O fator hereditário pede que o exame de rastreio seja feito a partir dos 35 anos e, antes disso, aos 30, que haja um acompanhamento através de ultrassom mamária, sempre com o suporte de um mastologista, profissional responsável pela saúde das mamas.
Já o preventivo, conhecido popularmente como Papanicolau, deve ser realizado a partir do início da vida sexual da mulher. “O exame é de extrema importância, pois, é através dele que se detecta o vírus HPV, que pode causar lesões precursoras ou o câncer de colo uterino propriamente dito. A doença em si é 100% prevenível, desde que a lesão que pode desenvolver o câncer seja detectada antes desse estágio, e que a paciente receba o tratamento adequado”, ressalta Ricci. Autoridades de saúde indicam que o exame seja feito uma vez, repetido no ano seguinte e, se nenhuma alteração for constatada, deve-se repetir após três anos.
Exames para homens – No caso dos homens, que ainda apresentam certa resistência na hora da realização de exames preventivos, os mais indicados são o PSA (feito através da análise do sangue) e o de toque retal. Este último tem se mostrado bastante eficiente durante décadas e pode levar à descoberta do câncer ainda no estágio em que é possível a remoção cirúrgica.
“Quanto mais cedo for descoberto o câncer de próstata, maiores as chances de sucesso durante um eventual tratamento cirúrgico e menores os riscos de sequelas, como a impotência sexual”, afirma o urologista da FCecon, Giuseppe Figliuolo. Ele explica que homens com 40 anos que têm histórico deste tipo de doença na família, devem fazer anualmente os dois exames. Os demais devem iniciar o rastreio aos 45 anos.
Pesquisas – A FCecon tem expandido, ao longo dos últimos cinco anos, as pesquisas relacionadas aos tipos de câncer mais incidentes na região, investindo em treinamento, capacitação e fortalecimento dos programas desenvolvidos no âmbito da instituição. Parte dos estudos está voltada aos cânceres de pênis e tumores gástricos.
De acordo com a diretora de Ensino e Pesquisa da Fundação, Kátia Luz Torres, embora o câncer de pênis ainda apareça de forma tímida nas estatísticas brasileiras, estudos de casos de pacientes em tratamento no hospital, têm mostrado que os portadores da doença dão entrada na unidade com o câncer em estágio avançado. O fato tem demandado a atenção de especialistas, no sentido de levantar os fatores que levam os pacientes a não buscarem ajuda antes da necessidade da penidectomia (amputação de membro). Os estudos procuram avaliar quais são os principais fatores para o desenvolvimento da doença na região e a relação da neoplasia com o vírus HPV, que também é causador desse tipo de câncer.
No caso dos tumores gástricos, explica Kátia Torres, os estudos abordam, entre outros aspectos, a relação do hábito alimentar do amazonense com o desenvolvimento do câncer. Os trabalhos estão sendo desenvolvidos, em sua maioria, por alunos de graduação de diversas instituições de ensino superior do Amazonas, através do Paic (Programa de Apoio à Iniciação Científica), que recebe o suporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam). Todas as pesquisas estão sendo preceptoradas por mestres e doutores que fazem parte dos quadros da FCecon.
Estatísticas – Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), a projeção de casos de câncer no Brasil, para o biênio 2016/2017, aponta que são esperados 595.940 para este ano, considerando todas as unidades da federação. A tabela apresenta dados por região brasileira. No Norte a estimativa é de 24.490 novos diagnósticos, sendo 11.060 em homens e 10.430 em mulheres. Os tipos com maior incidência entre o sexo masculino são: câncer de próstata, com 2.470 casos (28,6% do total), seguido de neoplasias de estômago, com 970 casos (11,2%).
Entre o sexo feminino, ficaram o câncer de colo uterino, com 1.970 diagnósticos (23,1%), seguido do câncer de mana, com estimativa de 1.810 casos (21,2%). O câncer de pele não melanoma tem 1.820 casos estimados entre mulheres e 2.320 entre os homens. O dado é tratado separadamente nas tabelas percentuais. Os números de estados e capitais ainda não foram divulgados.
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