De chefes de distrito a operadoras de máquinas, elas são destaque na Seminf

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Fotos - Márcio Melo e Carlos Oliveira / Seminf

Elas chegaram, fincaram estacas no canteiro de obras e vêm mudando o cenário da construção civil na capital amazonense. As servidoras da Prefeitura de Manaus, lotadas na Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), mostraram que podem ocupar todos os espaços e enfrentar os desafios em um universo predominantemente masculino.

“Esse tempo ficou para trás, apesar de haver uma maioria significativa de homens na Secretaria de Obras, eles convivem, atualmente, com muitas mulheres, que superaram as barreiras do preconceito e da desigualdade de gênero e abriram portas para muitas que ainda virão. As mulheres deixaram o ambiente mais harmonioso e dão importância aos detalhes. Aqui na Seminf, elas se destacam positivamente e têm todo o nosso reconhecimento e apoio”, enaltece o secretário da Seminf, Renato Junior.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, reafirma o número crescente de mulheres que buscam qualificação na construção civil, não apenas nas formações de engenharia ou arquitetura, mas também nas formações técnicas. Hoje, é comum em uma obra, encontrar uma mulher operando um rolo compactador ou uma restroescavadeira, como é o caso da Alice Oliveira, de 30 anos.

Fotos – Márcio Melo e Carlos Oliveira / Seminf

“Eu amo esse trabalho, me dediquei e me qualifiquei. Me sinto muito importante operando uma máquina pesada e contribuindo com o crescimento da nossa cidade. Não há obstáculo que não possa ser vencido por uma mulher, afinal somos mães, somos inteligentes e, com dedicação e foco, temos capacidade de estar onde quisermos, exercendo a função que escolhermos e fazendo a diferença onde estivermos”, relata Alice.

Em todas as funções, a presença feminina é marcante e exige muito mais da mulher, que precisa exercer dupla jornada de trabalho por conta das funções profissionais e das atividades domésticas.

A engenheira e chefe do Distrito de Obras do Santa Etelvina, Márcia Pantoja, 45 anos, conta que, por ter dois filhos e ser mãe solo, enfrentou percalços durante sua graduação.

“Não foi tarefa fácil amamentar e ao mesmo tempo conduzir obras civis. Enfrentei batalhas que me proporcionaram fortaleza para educar meus filhos da forma correta e conduzi-los ao melhor caminho. Me sinto orgulhosa de olhar para trás e ver que tudo valeu a pena, da formação acadêmica, pós-graduação e a criação dos meus filhos. Agora me preparo para mais uma caminhada, o mestrado”, menciona.

Márcia lembra da americana Elmina Wilson, primeira mulher a se graduar em Engenharia Civil, no século 19. “A gente aprende que ela foi a responsável por abrir o caminho para tantas outras mulheres. Não se trata apenas do fato de sermos mulheres em um ramo predominantemente masculino, mas da qualidade das nossas ações e, principalmente, das mudanças significativas que geramos no cenário atual, graças às grandes mulheres que vieram na frente, abrindo o caminho”, complementa.

As mulheres na Secretaria de Obras são exemplos de força e resistência feminina, além de comprovarem a competência, vencendo seus medos, desafios e se fazendo respeitar em todas as funções que exercem.

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