Após reunião extraordinária nesta sexta-feira (29) o Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM) vai apresentará três representações jurídicas na tentativa de reverter o decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro que aumenta o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de 25% para 35%, e atingindo, diretamente, os incentivos à Zona Franca de Manaus (ZFM). O Conselho tomou a decisão na reunião na sede da instituição, com a presença de membros da diretoria.
O conselho apresentará as representações no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça, e na Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Vamos apresentar essas representações jurídicas em função dos constantes ataques que o nosso modelo da Zona Franca de Manaus vem sofrendo. Não só na questão de concentrados, mas todos os produtos são afetados com esses ataques. Então, se esses decretos não forem corrigidos, a situação econômica do estado do Amazonas ficará complicadíssima. Teremos fechamento de fábricas, desarticulação de linhas de produção, consequentemente um desemprego em alta escala”, informou o presidente do Corecon-AM, Marcus Evangelista.
A representação que será apresentada ao Conselho Federal da OAB e à PGR, segundo o Presidente do Corecon- Am tem como objetivo reforçar a constitucionalidade sobre o assunto. As ações do Corecon também visam reforçar o pedido de várias entidades em busca desse controle condicional dos decretos do governo.
Marcus destaca que as indústrias só estão no Estado do Amazonas, porque têm mais lucro produzindo aqui. No entanto, no momento que esse lucro diminui, simplesmente, elas desmontam suas linhas produtivas e vão para outra área. “Além disso, se essas indústrias saírem daqui, elas não ficam no Brasil, elas podem ir para fora, que será um cenário pior para o nosso país”, ressaltou Marcus.
Nelson Azevedo, vice- presidente Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), economista e membro do conselho afirmou que o jurídico da instituição vai preparar os documentos e apresentar até a próxima terça-feira (03/05).
“A representação jurídica que será apresentada ao Cade terá o objetivo de analisar a parte técnica. Pois, o Cade protege a indústria nacional, analisando tecnicamente como esses decretos podem prejudicar a indústria. Todas as representantes são válidas em nosso favor”, destacou.