Comunidades indígenas e ribeirinhas recebem mutirão de cidadania da Prefeitura de Manaus

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A Prefeitura de Manaus está levando serviços de cidadania às comunidades indígenas e ribeirinhas localizadas à margem do Rio Negro. Em dois dias de ação (sexta, 10, e sábado, 11), serão realizados 600 atendimentos relacionados à emissão de carteira de identidade, de trabalho, cadastro no banco de dados do Sine Manaus e no programa Bolsa Família.

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A ação iniciou na Comunidade Três Unidos, localizada a 70 quilômetros, em linha reta, de Manaus. Nesta área, ribeirinhos se misturam a populações indígenas, principalmente da etnia kambeba, que apesar de já estarem totalmente inseridos aos costumes do “homem branco”, muitos chegam à idade adulta sem ter documentos básicos como RG e carteira de trabalho. Para o tuxaua da tribo Kambeba, Triukuchuri Tashira Musana (Valdemir da Silva, em português), este é um serviço que permite aos indígenas serem reconhecidos como cidadãos brasileiros.

“É direito de todo o cidadão ter um documento de registro. Sabemos que com essa documentação, o povo kambeba passará a ser reconhecido como cidadão e nós, que não tínhamos acesso a esses serviços, hoje passamos a ser documentados também”, afirmou o tuxaua.

E o movimento foi intenso, nesta sexta-feira, na Comunidade Três Unidos desde o início do trabalho. Arnaldo Yarumaré, 33, da etnia Baré, saiu da comunidade Terra Preta, viajando uma hora de rabeta, pequeno barco movido a motor de baixa potência, para tirar a carteira de trabalho. “Muitas vezes, nós que somos ribeirinhos enfrentamos muita dificuldade para conseguir acesso a serviços básicos. Eu fiquei sabendo que iria ter esse serviço e vim de outra comunidade para resolver um problema que já vinha de muito tempo justamente pela dificuldade que é sair de onde moro para ir até Manaus para tirar a carteira de trabalho”, justificou Arnaldo.

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Já Stanley Souza aproveitou para fazer a atualização cadastral no programa Bolsa Família. Acompanhado da esposa e pai de seis filhos, sendo um autista, recebe R$ 252 por mês do programa, que se soma a uma renda de pouco mais de R$ 100 mensais que recebe da venda de frutas e verduras. Segundo ele, se tivesse que ir até Manaus com toda a família, seriam gastos R$ 225 apenas com a passagem de ida e volta, já que não tem com quem deixar os filhos.

“Meu filho tem que tomar três remédios, sendo que dois eu consigo de graça no posto médico. Outro, eu preciso comprar e nisso eu gasto R$ 130 mensais. Se a prefeitura não tivesse trazido esse serviço pra cá, teríamos que fazer gasto de um dinheiro que iria fazer falta no fim do mês. Sem falar no tempo que a gente passaria em Manaus, em casa de parentes, para atualizar o cadastro”, declarou o agricultor.

Neste sábado, a ação de cidadania será realizada na Comunidade Bela Vista do Jaraqui, também à margem do Rio Negro. Nos dois dias, serão 26 comunidades beneficiadas. De acordo com o ouvidor geral do município, Alessandro Cohen, que acompanhou a ação, pelo menos outras quatro iniciativas como essa deverão ser realizadas até o fim do ano com ampliação dos serviços oferecidos como emissão de CPF e título de eleitor. A meta é levar cidadania à pelo menos 15 mil pessoas que moram em áreas ribeirinhas.

“Eu vou entrar em contato com outros órgãos e vamos ampliar o atendimento. Na próxima ação queremos atender 1.500 pessoas. Não podemos esquecer que são cidadãos manauaras e é nosso dever levar assistência a esses povos”, concluiu Cohen.

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