Com um espetáculo marcado por ancestralidade, pertencimento e paixão coletiva, o Boi Garantido encerrou a segunda noite do Festival de Parintins 2025 celebrando o povo como protagonista da própria cultura. Sob o tema “Garantido, Patrimônio do Povo”, a apresentação deste sábado (28) juntou elementos das matrizes indígenas, afro-brasileiras e populares em uma narrativa que exaltou a força simbólica do vermelho e branco na arena.
A apresentação fez parte do projeto temático “Boi do Povo, Boi do Povão”, que norteou a apresentação com um olhar para a origem comunitária e democrática do bumbá. A entrada do boi foi marcada por um ritmo vibrante acompanhado por um mar encarnado nas arquibancadas, traduzindo a simbiose entre arte e devoção popular.
Um dos momentos mais intensos da noite foi o Ritual Ajié, apresentado como Item 4 – Ritual Indígena. A performance envolvente trouxe o pajé Adriano Paketá como líder espiritual da cena. Segundo o artista, a apresentação não é apenas coreografia: “É um projeto de impacto visual e emocional. Queremos que a mensagem do Garantido fique marcada em quem assiste”, declarou.
A noite também foi marcada pelo engajamento da torcida. O torcedor André Ricardo, de 43 anos, representando o Item 19 – Galera, disse viver Parintins como um compromisso afetivo: “Ser Garantido é estar no meio do povo. Há 20 anos venho ao Bumbódromo. Isso aqui é tradição e paixão”, afirmou.
Com forte apelo visual e emocional, o espetáculo reafirmou o papel do Festival como uma das maiores manifestações culturais do Brasil. Ao encerrar a segunda noite, o Garantido não apenas defendeu um título: defendeu uma história viva que pulsa no corpo de seus brincantes.
O Festival de Parintins segue neste domingo (29), com a terceira e última noite de apresentações no Bumbódromo, que decidirá o campeão da edição 2025.
