Cientistas defendem prorrogação da moratória da soja na Amazônia

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A Moratória da Soja na Amazônia tem data marcada para expirar, em maio de 2016, e cientistas e ambientalistas já estão preocupados com o que poderá acontecer com a floresta depois disso. Em um artigo publicado na edição desta semana da revista Science, pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos argumentam que as medidas de controle previstas no novo Código Florestal não são suficientes para impedir uma renascença do avanço da fronteira agrícola na Amazônia, e pedem uma extensão da moratória — não só no tempo, mas também no espaço, com a inclusão do Cerrado no esquema de embargo.

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Área desmatada para plantio de soja em Mato Grosso. Foto: Rhett Butler

A moratória é um acordo voluntário firmado entre governo, indústria e sociedade civil em 2006, pelo qual as grandes empresas comercializadoras de soja (as chamadas “traders”) se comprometem a não comprar grãos que tenham sido produzidos em áreas de novos desmatamentos na Amazônia. As plantações são monitoradas por meio de imagens de satélite, e a ideia — que vem funcionando  bem e sendo prorrogada anualmente desde então — é transformar a soja produzida às custas do desmatamento em um produto sem valor de mercado.

Entre 2001 e 2006, segundo os autores, 1 milhão de hectares de floresta amazônica foram convertidos em campos de soja, contribuindo para taxas recordes de desmatamento. Nos anos seguintes, essas taxas foram significativamente reduzidas, a ponto de a soja hoje ser responsável por apenas 1% de todo o desmatamento que ocorre na Amazônia (a maior parte é motivada pela abertura de pastos para a pecuária).

Autoria

O artigo é assinado por dez pesquisadores, incluindo três de instituições brasileiras: Britaldo Soares Filho, da UFMG, Paulo Barreto, do Imazon, e Laurent Micol, do Instituto Centro de Vida (ICV). A primeira autora é Holly Gibbs, da Universidade de Wisconsin, nos EUA.

Os autores pedem também a extensão da moratória para o Cerrado, bioma que já teve metade de sua área ocupada por atividades agropecuárias e que vem absorvendo grande parte da expansão da fronteira agrícola da soja nos últimos anos.

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