Câncer de mama no Amazonas é detectado em estágio avançado em 70% dos casos

Facebook
Twitter
WhatsApp

O número de mulheres diagnosticadas com câncer de mama, no Amazonas, é baixo – cerca de 400 casos no ano de 2014 – porém quando a doença é detectada, ela já está em estágio avançado em 70% dos casos. Ou seja, a falta de um diagnóstico precoce da doença coloca o Amazonas muito acima da média nacional que registra estágio avançado em 30,3% dos casos.

CANCER-DE-MAMA-ACA-11-574x381

A informação é do representante da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Thiago Turbay, durante a “Audiência Pública sobre tratamento de câncer de mama avançado no Amazonas”, proposta pelo deputado Luiz Castro (PPS) e realizada na manhã desta segunda-feira (27).

A audiência, foi uma solicitação da presidente do Centro de Integração Amigas da Mama (Ciama), Joana Masulo, que acompanha a situação de dezenas de mulheres em situação de risco. “Foi uma solicitação da Ciama, formada por mulheres que tiveram ou têm câncer de mama, que mostraram uma preocupação em relação ao câncer de mama avançado, que tem causado mortes que poderiam ter sido evitadas caso houvesse na rede pública uma política de atendimento mais avançada”, disse Castro.

Durante a audiência, o presidente regional da Sociedade Brasileira de Mastologia, Gerson Mourão, informou que maioria das mulheres que tem esse tipo de câncer identifica a doença em um estágio de alerta, quando o nódulo nos seios tem mais de dois centímetros. “Quando este nódulo tem um centímetro ou menos, a mulher tem cerca de 10 anos para fazer o tratamento. Mas a maioria é diagnosticada com dois centímetros ou mais. Ou seja, morre-se mais por desinformação, do que pela agressividade do tumor”, afirmou Mourão.

Durante a audiência, representantes do Governo do Estado e Prefeitura de Manaus, apresentaram dados sobre como estão aparelhados para atender as mulheres diagnosticadas com esse tipo de câncer. Segundo o secretário executivo adjunto da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Wagner Willian de Souza, o Estado tem hoje 18 mamógrafos na capital, e 50 no interior. No interior, os mamógrafos foram comprados através de convênio entre Estado e Prefeituras, e apenas 11 cidades ainda não possuem mamógrafos por problemas na execução do convênio, entre elas Careiro e Nhamundá. “Hoje nós temos um número muito maior de mamógrafos que o estipulado na política de oncologia do país, que é de um mamógrafo para cada 250 mil habitantes. Se fossemos aplicar isso só teríamos mamógrafos na capital”, disse.

Para ele, há uma deficiência na política de prevenção, e como o câncer de mama, diferente do câncer de colo de útero, e mais difícil de ser diagnosticado no início, o diagnóstico tardio é frequente. Souza disse ainda que o Estado já está ampliando as unidades de tratamento de oncologia, entre elas o próprio Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (Cecon) e Hospital Getúlio Vargas, que está sendo adaptado e habilitado como Hospital Geral de Oncologia.

Também participaram da audiência representantes da Defensoria Pública da União, Fórum de Mulheres do Amazonas, e da Coordenação Regional do Movimento Nacional de Direitos Humanos.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Telegram
Print

MATÉRIAS RELACIONADAS

TCE - EM PAUTA

MANAUS

ASSEMBLEIA EM PAUTA

CÂMARA EM PAUTA

SÉRIE O AMAZONAS