Em mais um episódio que tensiona a relação entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente afirmou nesta terça-feira (22) que ele “não cogitava” estar proibido de dar entrevistas, mesmo após o ministro Alexandre de Moraes determinar medidas cautelares rigorosas, incluindo uso de tornozeleira eletrônica e silêncio nas redes sociais.
A resposta veio após Moraes dar 24 horas para Bolsonaro se explicar sobre sua visita à Câmara dos Deputados, onde, sob olhares aliados, concedeu declarações públicas e apareceu com a tornozeleira visivelmente à mostra. O gesto repercutiu nas redes e na imprensa, o que pode configurar um possível descumprimento das restrições judiciais impostas na última sexta (18).
Os advogados argumentaram que Bolsonaro não tem controle sobre perfis de terceiros e pediram esclarecimentos: estaria o ex-presidente proibido de falar com qualquer veículo de imprensa, ou apenas de publicar? A dúvida, segundo a defesa, seria legítima mas pode custar caro.
Nos bastidores, cresce a expectativa sobre uma decisão de Moraes, que pode, a qualquer momento, converter o caso em prisão preventiva. A medida, embora extrema, é legalmente prevista para descumprimento de medidas cautelares em andamento.
Se Moraes entender que houve afronta direta à ordem judicial, Bolsonaro pode enfrentar a medida mais dura desde que deixou a Presidência: a prisão.