Bancos perdem R$ 41 bi em um único dia após decisão de Dino sobre sanções dos EUA a Moraes

Bolsa despenca, dólar dispara e mercado entra em pânico com impasse entre STF e Estados Unidos
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FOTO: GUSTAVO MORENO/STF

O mercado financeiro brasileiro viveu uma terça-feira (19/8) de pânico. Em apenas um pregão, os principais bancos do país perderam juntos R$ 41,3 bilhões em valor de mercado, após a decisão do ministro do STF Flávio Dino que restringe a aplicação de leis estrangeiras no Brasil incluindo a Lei Magnitsky, usada pelos Estados Unidos para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes.

A Bolsa de Valores fechou em queda de 2,10%, enquanto o dólar disparou 1,23%, cotado a R$ 5,50. A incerteza sobre o futuro dos contratos internacionais das instituições financeiras espalhou um efeito dominó sobre todo o mercado.

O impasse: entre Brasília e Washington

Na prática, a decisão de Dino abre um dilema explosivo. Se os bancos seguirem a posição do STF, podem ser punidos nos Estados Unidos; se acatarem a determinação da Casa Branca, correm risco de enfrentar sanções no Brasil.

O alerta já chegou aos cinco gigantes do setor mais expostos à crise: Itaú Unibanco, Bradesco, BTG Pactual, Banco do Brasil e Santander. Segundo levantamento feito por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, essas instituições foram as que mais perderam valor no pregão da véspera.

Magnitsky no centro da crise

Criada nos EUA, a Lei Magnitsky prevê punições financeiras a quem for acusado de graves violações de direitos humanos. No caso brasileiro, a Casa Branca decidiu restringir as movimentações financeiras de Alexandre de Moraes, colocando os bancos em xeque.

Especialistas afirma que é um problema contratual gravíssimo. Se um banco brasileiro ignora a lei americana, pode sofrer multas pesadas e até perder parceiros internacionais, e que seguir a sanção contra Moraes, desafia uma decisão da Suprema Corte. É uma armadilha perfeita.

Efeito imediato no mercado

A reação não demorou. O Ibovespa despencou e puxou para baixo papéis de setores ligados ao comércio exterior. Enquanto isso, o câmbio disparou, ampliando o clima de incerteza. Para especialistas, o Brasil se vê no epicentro de uma crise que pode ultrapassar o setor financeiro e atingir outras empresas com forte presença internacional.

Especialistas alertam que estamos diante de uma tempestade jurídica e econômica. O Brasil corre o risco de perder credibilidade externa e, ao mesmo tempo, paralisar parte do seu sistema financeiro interno.

Próximos capítulos

Os bancos pressionam o Supremo por uma posição mais clara sobre segurança jurídica. Nos bastidores, cresce a avaliação de que o impasse pode levar a um confronto diplomático direto entre Brasil e Estados Unidos.

Enquanto isso, investidores seguem em alerta máximo, temendo que a tensão evolua para uma crise sem precedentes no mercado financeiro nacional.

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