AM: após ausência de governador, policiais marcam greve

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Um  grupo de aproximadamente 100 policiais civis aproveitou a solenidade de inauguração de uma delegacia móvel, no final da tarde desta quinta-feira, em Manaus, para protestar e pedir mudanças no regime de enquadramento funcional de investigadores e escrivães. O alvo do protesto era o governador José Melo (Pros), que ao saber da manifestação, cancelou a participação no evento, o que irritou os manifestantes. A assessoria de imprensa do governador nega que a falta de Melo ao evento tenha ligação com o protesto.

Assim que a solenidade começou sem o governador, os policiais civis foram para a frente da Delegacia Geral de Polícia Civil, no bairro Planalto, onde acontecia a inauguração, e interditaram a avenida Pedro Teixeira, que passa em frente ao local. Com faixas e cartazes, os policiais anunciavam greve para o próximo dia 12 de junho, na abertura da Copa do Mundo.

“Nós tentamos negociar, mas o governador está fugindo. Governador, as associações de investigadores e escrivães de polícia civil do amazonas vão parar. É muito fácil resolver nossa reivindicação”, disse Claudio Resende, presidente da Associação dos Investigadores de Polícia Civil (Assinpol). Segundo ele, desde maio, a categoria tenta entendimento com o governo, mas as negociações não estariam avançando. “Já votamos o indicativo de greve para o dia 12 de junho. Esperamos bom senso do governador”, completou o presidente da Assinpol.

Presente na solenidade, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Paulo Roberto Vital, se irritou com a manifestação dos policiais civis. Antes de entrar no ônibus onde funcionará a delegacia móvel, o secretário ordenou ao comandante de policiamento metropolitano da PM, coronel Aroldo Ribeiro, que “desse um jeito” de acabar com a manifestação. Em seguida Vital entrou no ônibus delegacia. Na saída, ele falou sobre o protesto.

“Acho que não é o momento para esse tipo de ação. Entendo que vivemos em uma democracia onde é livre a manifestação, mas o governador tem responsabilidades fiscais e não pode atender ao pedido deles (policiais civis), e eles sabem disso”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, que não quis comentar a ordem dada ao coronel Aroldo Ribeiro.

Questionado sobre a manifestação de seus subordinados, o delegado geral da Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, esclareceu que a reivindicação dos investigadores e escrivães estão sendo discutidas com o governo desde maio desse ano, contudo, o que pode ser feito pelo governo será feito. “Foi criada uma comissão composta pelos policiais para discutir esses assuntos. Acreditamos no bom senso de nossos policiais e esse movimento paredista não deverá ser deflagrado”, declarou Rocha.

“A deflagração ou não dessa greve dependerá não do nosso bom senso, mas do governador José Melo. Ele atendeu o pleito dos policiais militares – e nossa categoria?”, questionou Odirlei Araújo, presidente da Associação dos Escrivães de Polícia Civil (Aepol).

A assessoria de imprensa do governador José Melo disse, por meio de nota, que a ausência dele na inauguração da delegacia móvel não se deu em virtude do protesto dos policiais civis, mas sim devido a compromissos internos e despachos com assessores que haviam ficado atrasados devido à viagem que Melo fez para Brasília, no início da semana, para acompanhar a votação do Projeto de Emenda Constitucional de prorrogação da Zona Franca de Manaus.

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