Adaf lança material informativo sobre monilíase em Baniwa

Tradução foi realizada por técnico de fiscalização agropecuária que pertence à etnia
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FOTOS: Divulgação/Adaf

Levar informação ao maior número de pessoas e chegar ao entendimento das comunidades indígenas. Essa é a proposta da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) ao lançar, nest segunda-feira (10/04), o material informativo sobre a monilíase do cacaueiro e cupuaçuzeiro traduzido para a língua Baniwa.

A tradução foi realizada pelo técnico de fiscalização agropecuária Bruno Silva e Silva, que pertence à etnia Baniwa e nasceu em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus), com grande número de habitantes indígenas e onde Baniwa, Tukano e Nheengatu são línguas oficiais. “Mais de 40 mil pessoas, se não falam, pelo menos entendem essas línguas aqui”, afirmou.

Bruno acredita que a tradução – que será impressa em cartazes e folders que serão distribuídos em visitas às comunidades – deve ter grande impacto na agricultura da região, considerando a localização do município. “Como estamos na fronteira da Venezuela e Colômbia, é bom que todos consigam entender o perigo dessa doença entrar aqui, além de também ser uma forma de valorizar nossa língua. Finalmente os órgãos do nosso estado estão despertando e querendo atingir o maior número de pessoas, principalmente os povos originários”, destacou.

A monilíase é uma praga de alto poder destrutivo, detectada no fim do ano passado, em plantações não comerciais de cacau e cupuaçu nos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant (respectivamente, a 1.108 e 1.121 quilômetros de Manaus). Desde então, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o apoio da Adaf, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e órgãos parceiros, têm trabalhado para delimitar a extensão da doença e combatê-la.

Nesses municípios onde a monilíase foi detectada, a presença de um número expressivo de indígenas da etnia Tikuna levou a Adaf a elaborar, em janeiro, um cartaz informativo sobre a praga nessa língua, com tradução feita por uma voluntária do município, Reneia Nery, da aldeia Umariaçu II.

O impresso foi divulgado junto aos comunitários, com a descrição de como identificar a monilíase, o que fazer para evitar a disseminação da praga e como proceder em caso de identificação dos sintomas da Monilíase em sua propriedade.

De acordo com o gerente de Defesa Vegetal da Adaf, Sivandro Campos, a intenção é repetir essas ações com o material em Baniwa. “O intuito é que possamos levar esse material para São Gabriel da Cachoeira e municípios vizinhos, nas ações de educação sanitária, juntamente com as ações de levantamento fitossanitário sobre a monilíase na região”, contou.

Sivandro relata que a Adaf deu início aos levantamentos fitossanitários de verificação e detecção da praga monilíase em outros municípios fora da região do Alto Solimões, como Itacoatiara, Urucurituba e Humaitá (respectivamente a 176, 208 e 590 quilômetros de Manaus), além de planejamento para todo o estado. As medidas visam à solicitação ao Mapa, o mais breve possível, da mudança de status fitossanitário de “área sob quarentena” para “área sem ocorrência” da praga no Amazonas, liberando, assim, o trânsito de frutos e partes de vegetais de cacau e cupuaçu para outras unidades da federação.

O engenheiro agrônomo Acássio Eugênio acrescentou que está no radar da Adaf também ampliar o alcance da informação, produzindo o mesmo material em Tukano e Nheengatu. “Também planejamos ter essas informações em áudio, para ser distribuído nas redes sociais e rádios de São Gabriel da Cachoeira e região”, finalizou.

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