A cada duas horas, Brasil registra um caso de envenenamento

Em dez anos, mais de 45 mil pessoas precisaram de atendimento emergencial no SUS após intoxicação
Facebook
Twitter
WhatsApp
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

O Brasil vive uma preocupante realidade silenciosa: a cada duas horas, uma pessoa dá entrada em emergências da rede pública por envenenamento. Entre 2009 e 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou 45.511 atendimentos que evoluíram para internação, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (8/9) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Os dados revelam que, do total de ocorrências, 3.461 internações foram consequência de intoxicações provocadas intencionalmente por terceiros. Na média histórica, o país registrou 4.551 casos anuais no período, o que equivale a 379 episódios mensais e 12,6 por dia.

A Abramede alerta que a facilidade de acesso a venenos, a ausência de fiscalização rigorosa e a impunidade ampliam os riscos de uso desses produtos, inclusive em contextos íntimos e motivados por razões emocionais.

O estudo indica que envenenamentos relacionados a drogas, medicamentos e substâncias químicas não especificadas concentram os maiores números: 6.407, 6.556 e 5.104 casos, respectivamente. Entre as intoxicações acidentais, analgésicos e remédios para dor, febre e inflamação lideram a lista (2.225 registros), seguidos por álcool (1.954), pesticidas (1.830) e anticonvulsivantes/sedativos (1.941).

O Sudeste concentra quase metade dos casos, com 19 mil ocorrências em dez anos. Só o estado de São Paulo somou 10.161 registros, seguido por Minas Gerais (6.154).
Na sequência aparecem o Sul (9.630 casos), liderado pelo Paraná (3.764) e Rio Grande do Sul (3.278). O Nordestetotalizou 7.080 episódios, com destaque para a Bahia (2.274). Já o Centro-Oeste registrou 5.161 intoxicações, puxadas pelo Distrito Federal (2.206) e Goiás (1.876).

Segundo especialistas, os números reforçam a necessidade de políticas públicas de regulamentação, fiscalização e conscientização, além da valorização do trabalho dos médicos emergencistas, que atuam na linha de frente contra os efeitos devastadores do envenenamento.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email
Telegram
Print

MATÉRIAS RELACIONADAS

TCE - EM PAUTA

MANAUS

ASSEMBLEIA EM PAUTA

CÂMARA EM PAUTA

SÉRIE O AMAZONAS