A Câmara Municipal de Manaus (CMM) vai promover gestões no sentido de tirar do papel e colocar em prática a Lei Nº 3.805∕2016, de autoria do presidente Wilker Barreto (PHS), que reconhece as cidades de Manaus e Braga, na região do Minho em Portugal, como cidades-irmãs, com a finalidade de tentar reverter o cancelamento de voos originados na capital amazonense e a Europa, operados pela empresa Transportes Aéreos de Portugueses (TAP). A lei autoriza o Poder Executivo municipal a firmar acordos, convênios e programas de cooperação técnica entre as duas cidades.
Foto: Robson Loureiro – DIRCOM/CMM
A posição de Wilker foi anunciada na tarde de terça-feira (12) durante um almoço de trabalho, na sede do Serviço Nacional do Comercio (Senac), que ele manteve com empresários amazonenses, liderados pelo presidente da Federação do Comércio do Amazonas, José Roberto Tadros, em que a pauta principal foi a preocupação com o isolamento a que se relega a capital amazonense, uma vez que a descontinuação dos voos foi feita, segundo participantes do encontro, sem uma fundamentação econômica.
“Há de se levar em conta o fato de Manaus ser o principal polo industrial, comercial e financeiro da Amazônia, o maior centro populacional, porta de entrada do turismo externo, nacional e de negócios, além de garantir quase 50% de todos os tributos federais arrecadados na região”, observou o presidente do legislativo municipal, acrescentando que esses indicadores por si só justificariam a permanência da rota da TAP para Portugal e daí para os demais países europeus.
Equívoco
Os empresários amazonenses, que já encaminharam à direção da empresa área lusa um documento em nome da sociedade organizada amazonense, pedindo-lhe que reconsiderem a decisão, classificaram o cancelamento de “medida equivocada”, porque o fim da rota para o continente europeu afeta os segmentos empresariais, o turismo emissivo e receptivo e, consequentemente, a economia regional.
O vereador Wilker Barreto explicou que seu objetivo ao propor a lei que torna Manaus e Braga cidades-irmãs foi, justamente, para fortalecer os laços comerciais entre a capital amazonense e a cidade lusa, que é um forte polo industrial e de turismo em Portugal.
Ele também levou em conta as convergências que unem os povos com eventos interacionais como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos deste ano, que inseriram a capital manauara na rota de turistas estrangeiros, que aqui vieram também atraídos pelas belezas naturais da Amazônia, seu povo, cultura e peculiaridades das cidades amazônicas.
Combustível
A suspensão dos voos da companhia aérea portuguesa, no entanto, não foi o único tema da reunião dos empresários com o presidente da Câmara Municipal. Eles também se mostraram preocupados com as consequências do posicionamento da BR Aviation, que desde o último dia 1º de março decidiu que a comercialização dos combustíveis de aviação em 24 aeroportos da região amazônica seja feita diretamente pelos revendedores.
O impacto dessa mudança, segundo os empresários, trará enormes prejuízos a pelo menos 16 aeroportos, pois as empresas aéreas regionais se recusam operar com revendedores. Isso pode determinar a suspensão de vários voos, atingindo a economia e agravando o isolamento de vários municípios.
Dirigentes das Federações do Comércio do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima encaminharam uma carta à direção da BR Aviation que, em resposta, informa que o novo modelo de comercialização do combustível pelo revendedor não causará impacto algum às empresas regulares, e que a medida decorreu do cenário econômico atual, que obrigou a otimização da estrutura para redução de custos e sustentabilidade do negócio.
Além de José Tadros, participaram da reunião com o presidente da Câmara Municipal de Manaus dirigentes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas; Federação das Indústrias do Amazonas; Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas; Associação Comercial; Centro das Indústrias do Amazonas; Associação Brasileira de Agentes de Viagem; Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas; Consulado Honorário de Portugal e da Comunidade Luso Brasileira do Amazonas.