Em um tom de confronto e com forte apelo político, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) declarou neste sábado (8/11), durante um evento do PL Mulher em Londrina (PR), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “a única opção da direita” para disputar a Presidência da República em 2026 mesmo estando inelegível até 2060 devido à condenação na ação penal sobre a trama golpista de 2022.
“A única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro. Se não acontecer, não existe democracia no Brasil. Se não acontecer, esse é o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro”, afirmou Michelle, em meio a aplausos da plateia.
O discurso, de quase 40 minutos, misturou apelos religiosos, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ataques diretos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ataques ao STF e à “supremacia do Judiciário”
Em um dos momentos mais duros de sua fala, Michelle afirmou que o Congresso Nacional estaria “de joelhos diante do STF”, acusando o Judiciário de governar o país de forma autoritária.
“A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF. Isso é uma tristeza muito grande para a gente. Porque hoje, infelizmente, só quem governa é o Judiciário. Os nossos deputados aprovam leis, e se não tiver em concordância, eles anulam”, criticou.
As declarações reacendem o embate entre bolsonaristas e o Supremo, num momento em que o ex-presidente acumula derrotas judiciais e enfrenta múltiplos processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal.
Contexto político e estratégia de mobilização
A fala de Michelle ocorre em meio à movimentação do PL para fortalecer sua base feminina e preparar o terreno para as eleições municipais de 2026. Entretanto, a menção direta à candidatura de Jair Bolsonaro, proibido de disputar eleições, tem sido vista como um teste político uma tentativa de medir o potencial de mobilização do bolsonarismo diante das barreiras judiciais.
Analistas avaliam que o discurso reforça o papel de Michelle como possível porta-voz do bolsonarismo e até mesmo como alternativa eleitoral dentro do próprio partido, caso o ex-presidente permaneça fora da disputa.





































































